O APEGO NA PERSPECTIVA EVOLUCIONISTA
(DO ‘APEGO’ NA SELEÇÃO DO HOMO-SAPIENS À EDUCAÇÃO NO
PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE HUMANA)
A perspectiva evolucionista no estudo do comportamento humano apresenta aspectos gerais da evolução humana e suas relações com o desenvolvimento do apego.
Para garantir os cuidados da mãe, e sua consequente sobrevivência, os bebês passam a apresentar mais persistentemente, durante o curso de sua infância até mais ou menos o início da vida adulta, formas características do início de seu desenvolvimento. Isto é conhecido por neotenia (atraso do desenvolvimento responsável pela manutenção -na idade adulta- das características juvenis).
O apego é um tema frequentemente estudado por psicólogos que buscam compreender a importância do vínculo inicial da criança como fator de desenvolvimento saudável e preventivo para diversos problemas de comportamento, como a ‘ansiedade de separação’ ou as ‘desordens de conduta’.
O comportamento de apego mãe–bebê teria surgido para garantir proximidade segura entre adulto e bebê e é provocado pelo bebê desde seus gestos iniciais. É importante deixar claro que a vinculação afetiva não é somente o resultado automático da fisiologia, pois somos seres biologicamente culturais.
O apego garante a proteção do bebê, mas significa também, nesse estágio, a inconstrução do vínculo afetivo.
Investigações minuciosas do comportamento de crianças pequenas têm revelado a presença de adaptações naturais para a interação social e para a formação de vinculações afetivas. Em primeiro lugar, chama a atenção a capacidade de responder preferencialmente a sinais de contato afetuoso do adulto, respondendo com abertura dos olhos e atenção à fala afetuosa de outro ser humano. Há, com o passar dos meses, um processo de estampagem da criança em relação à sua mãe (ou cuidador). Nas primeiras semanas de vida o bebê reconhece a voz e o odor da mãe; com alguns meses já discrimina sua face e passa a preferi-la a qualquer outro ser humano. Embora com 8 meses tendam a aparecer as reações mais típicas de apego à mãe e medo a estranhos, às vezes observa-se isso muito antes, com as crianças reagindo com medo a estranhos e mantendo a mãe como base de segurança.
O apego está intimamente ligado ao investimento parental, e dele não pode ser dissociado, pois é a partir dos sinais emitidos pelo bebê e da resposta dos pais a ele que se forma o vínculo. Não se pode pensar um sem o outro. Nota-se que o bebê age sobre o adulto e este responde ao bebê de uma forma que vai aumentando a vinculação afetiva pelas constantes respostas, pois um dos fatores determinantes para o surgimento e manutenção do comportamento de apego é a rapidez com que o adulto responde ao bebê e a intensidade da interação.
O comportamento de apego, além da função de proteção, propicia ao bebê uma série de interações sociais que colaboram para um desenvolvimento saudável da criança, além de lhe proporcionar oportunidades de treinar seus comportamentos sociais e perceber as suas modificações no meio no qual vive. Assim, é graças a esta proximidade mãe-bebê que este terá oportunidades de ver e explorar o mundo de uma maneira segura, e assim desenvolver seu cérebro, aprender com os outros de sua espécie e sentir-se parte dela e seguro nela a partir do ascendentes.
(Caos Markus)
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