A identificação ideológica e política dos envolvidos num projeto voltado à especificidade da economia popular não é nem pode ser uma condição para que as pessoas se organizem e se envolvam.
O determinante reside nas relações de trabalho e de distribuição de recursos e produtos,
devendo estar fundamentalmente organizadas em torno da reciprocidade, da vida social, das práticas sociais cotidianas. Não se trata sempre, ou necessária e explicitamente, da auto-identificação ideológica e política dos seus agentes, nem da sua visão revolucionária do mundo, mas sim que as relações de trabalho e de distribuição de recursos e do produto sejam fundamentalmente organizadas em torno da reciprocidade e da vida social, das práticas sociais quotidianas.
A economia popular solidária está centrada na comunhão, tanto entre indivíduos para a constituição de empreendimentos coletivos como entre empreendimentos para obter saltos de competitividade, em estruturas em rede que também podem ser compreendidas como empreendimentos coletivos. É o diálogo com 'valores' que a economia tradicional nunca considerou, e somente o fará quando desconsiderar, no vínculo entre sociedade civil e poder, a sempre renovada superioridade do Estado.
(Caos Markus)
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