Não se pode ignorar, manuseando as páginas da História, que as sociedades, tanto quanto o homem, têm suas épocas de preparo, de arrojos juvenis, de estacionamento forçado e de pronunciada decadência. E cada um desses estágios pode ser mais ou menos longo, conforme o bom ou o mau regime político então vigente, e segundo os bons ou os maus costumes em que se assenta o corpo social.
Quando a herança de um governo é um 'corpo' gasto e carcomido pela corrupção política, torna-se bastante fácil apoderar-se do poder, sem no entanto conseguir injetar-lhe novo sangue, nova vida que o regenere. Nesse estado, ocorre, por prolongado tempo, o recrudescimento dos perniciosos hábitos já arraigados no seio do povo.
A extrema decadência faz então surgir os especuladores políticos, verdadeiros corifeus da demagogia, acenando com a liberdade fementida. Fascinam platéias de ingênuos 'cidadãos', para depois os subjugarem; e sob a falaciosa promessa de "soberania popular", o povo é desses "caudilhos" o pretexto do protesto no brado do poder plenipotenciário, voltado a mantê-lo inconsciente, na órbita da ignomínia.
A insensatez da ambição e a cegueira desse mesmo poder produzem espetaculares aberrações na defesa de hipotética liberdade.
Sob o argumento de inaugurar nova ordem social, arregimentando e disciplinando uma horda de assemelhados (com os quais empreenderá temerosa campanha), a 'classe política' intenta, no mais absoluto desprezo aos anseios humanitários, avassalar o próprio mundo.
Dispondo das massas de povo ignaro (contaminado em suas qualidades morais pela fúria das paixões), forceja por suplantar os sustentáculos da razão. Esse sistema, cooptando perversos sequazes, utiliza o sofisma e toda sorte armas dissolutas fornecidas pela propaganda institucional, principalmente, disseminando, então, somente intolerância e intransigência.
Ausente o critério fundado na aliança da autoridade, da razão e da consciência, grassa o alheamento, a impedir determinação da certeza e da verdade.
Ora, se o objetivo é evitar o declínio de uma sociedade, há que se adquirir maturidade necessária à exata compreensão dos fatos articulados. Não se poderá postergar o reconhecimento dos valores virtuais à emancipação da unidade nacional, se for real o objetivo de valorizar a probidade enquanto maior pressuposto na exortação do consenso.
(Caos Markus)
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