Se a excelência do homem só pode se dar quando este compreende completamente sua própria natureza, bem como o caráter e a finalidade de tudo na Terra; também a educação atual compartilha este conceito.
No entanto, o 'conhecimento 'passou a ser a base central para a formação do ser humano, pressupondo que, se ele conhece profundamente as técnicas de aproveitamento do que a natureza têm para nos oferecer, isso seria o suficiente.
Nossa sociedade mostra faltar-nos uma educação voltada também para a ação, para a 'mobilização social'. A única preocupação moral quando falamos em educação resta pressuposta, quando muitos países, incluindo o Brasil, têm como obrigatoriedade a frequência de crianças a partir dos 6 anos completos às escolas. A vida social já passa a ser garantida.
Para muitos pedagogos, o convívio com professores e outros alunos na escola é importante para a formação do sujeito enquanto ser social. Mas é fácil contestar esse tipo de afirmação, pois apenas o convívio não é capaz de formar seres conscientes de seus atos, nem capacita-os para desenvolver o pensamento crítico que os levaria à ação em conformidade a compreensão quiçá mais acentuada da vida.
O humano não deveria ser direcionado ao seu ser, exclusivamente. Assim, a critério do próprio educando, deve haver a percepção de qual maneira ele sentirá elevar-se o seu 'espírito', e quais ideias e concepções se aproximam mais de suas crenças. Importante, sobretudo, é o fato do aluno ser sensível à necessidade de jamais estacionar e estagnar, mas sim valorizar o aprendizado e o conhecimento acerca da vida.
Contemporaneamente, poucas são as escolas e universidades que trazem propostas concretas no sentido de formação integral dos seus alunos.
Compreender o significado de uma educação integral e universal não é tarefa muito simples. No entanto, é possível estabelecer qual a forma indicada ao agir de um bom educador .
Educar para a vida e voltando-se à formação completa de um indivíduo é algo hoje impensável, parece. A grande maioria dos educadores estão aprisionados em seus hábitos pedagógicos, talvez por comodismo, ou por estarem tão enraizados em suas ações a ponto de se tornaram incapazes à observação: para educar um aluno é preciso estar constantemente educando a si mesmo. Essa educação de si mesmo compreende a sua formação integral, não bastando apenas o 'conhecimento intelectual' das coisas, mas ainda o discernimento do seu ser enquanto 'sujeito social'.
As escolas, formadoras de futuros homens completos, impõe-se ocupar da formação da completude desses indivíduos, formá-los como seres intelectuais conhecedores dos costumes e da vida.
Ainda esperamos que as escolas promovam as pessoas; muitas famílias ainda acreditam que essas instituições serão capazes de graduar seus alunos em todos os aspectos da vida. Contudo, isso só ocorre quando existe sua efetiva participação no processo dessa graduação. A escola hoje não se responsabiliza, lamentavelmente, por nada além do conhecimento intelectual.
Formar os alunos tão-somente em intelecto, sem explicar-lhes o porque, equivale a obrigar alguém a fazer algo sem qualquer compromisso, apenas por fazer.
Se nos perguntarmos o que é formação integral, podemos numa resposta dentro de nós mesmos, quando sentimos por necessário o encontro de um sentido às coisas que fazemos,. E isso depende não apenas do conhecimento das coisas, mas da completude que envolve nosso ser, ou seja, o nosso intelecto, a nossa vontade.
No entanto, perceptível, algumas práticas de ensino foram tomadas como absolutamente verdadeiras, sem quaisquer alterações ao longo do tempo. O mundo transformou-se, políticas novas, avanços tecnológicos; houve inovações na compreensão das artes. Contudo, as práticas de ensino perduram "ad infinitum".
Os professores têm verdadeira aversão às novidades, com sérias dificuldades para assimilar essas transformações.
Como um educador pode educar 'para a vida' e 'formar integralmente' seus alunos, se é incapaz de compreender a necessidade de repensar antigos conceitos, e seguir adiante de acordo com a vida? Como ensinar seus alunos a pensar por si mesmos, se os próprios educadores mostram-se incapacitados ao abandono de anacrônicos modelos de prática de ensino, porque receiam a adaptação à realidade?
Se procurarmos compreender com sinceridade os motivos que levam o 'sujeito' a verdadeiramente se considerar um 'educador', encontraremos, não só em vários críticos da Educação, mas em nós próprios, as efetivas necessidades de reformulação das práticas pedagógicas impostas, repensando então novas possibilidades de educar para a vida como um todo.
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário