As ideologias se voltam para o passado, enquanto as utopias se dirigem ao futuro. Portanto, só a História poderá confirmar a concretude ou não das utopias.
Nessa abordagem, consideradas a crítica e a tradição, é necessário que se estabeleça a interpretação como crítica da crítica, separando a falsa da verdadeira, da maneira como se diferencia a própria tradição, de modo a fundamentar-se uma interpretação crítica.
A crítica das ideologias, portanto, apenas poderá exercer sua função reflexiva quando e se estiver inserida no horizonte mais amplo de um pacto social; ao aceitar, numa certa medida, a legitimidade da tradição e da sua correlata autoridade como fontes de mais liberdade e maior verdade.
A reflexão filosófica deve resguardar de oposições burlescas o interesse pela emancipação das heranças culturais recebidas do passado e o desejo pelas idealizações de uma humanidade libertada. Caso estes objetivos se distanciem extremadamente uns dos outros, gerando polarizações, a interpretação e a crítica restarão reduzidas, igualmente, a meras ideologias.
Afinal, todo legado é fruto da tradição que se efetivará em projetos de novas perspectivas, quais sejam, as utopias.
(Caos Markus)
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