Por causa de uma dinâmica complexa, o termo 'agressão' desafia definições simples e generalizações amplas, requerendo uma análise em vários níveis, a partir de diferentes aspectos.
A agressão não é um acidente da natureza ou um produto dos 2 últimos séculos. Ela representa um comportamento adaptado às necessidades de sobrevivência pelo processo evolutivo. Examinando a questão, o primeiro ponto a ser considerado é o designado como 'violência', ou seja, a agressão no seu sentido destrutivo. Em seguida, deve-se abordar a existência de uma agressividade inata que -quer examinada sob a ótica dos comportamentos instintivos (tais como a forma de comunicação entre os animais e a maneira de estabelecerem e defenderem seus territórios), quer compreendida à luz da apreciação de Freud sobre o instinto de morte- mostra-se suscetível de ser canalizada para fora de cada homem. E, uma vez fortalecida por diversificação de fatores, lançada em variadas maneiras de destrutividade sobre outros homens, segmentos sociais, instituições e nações, ameaçam a própria sobrevivência da humanidade.
A conotação da agressão em termos de juízos de valor, o enquadramento de suas manifestações, e a sua legitimação (feita de acordo com os interesses ligados aos grupos detentores do poder dentro de cada contexto social) em muito dificultam e limitam uma apreciação puramente ética entre o que possa ser considerado agressão destrutiva e a violência subliminar.
Partindo-se, pois, do ponto de vista que justamente nos abusos do poder é onde estão assentadas as fontes de inúmeras reações agressivas, infere-se: desde o momento em que se constitui um Estado, com um aparato de governo, surge o fenômeno da violência exercida pelos que detém o poder. Afinal, a história da civilização, implacavelmente realista, indica que a violência se encontra na origem mesmo do poder do Estado, dele sendo inseparável, destacando-se como seu marcante caráter.
(Caos Markus)
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