Se conhecer é formular afirmações sobre algo, é necessário examinar as formas como tais proposições são articuladas, sob pena de, ausente essa avaliação, prevalecer o erro como expressão da verdade. Pois, através da indução, intencionalmente manipulada pelo falso raciocínio, as palavras adquirem vigor, mesmo desprovidas de substância real.
A análise do funcionamento da linguagem e, por efeito, do pensamento que a utiliza, deve então anteceder o próprio pensamento, que, para não se equivocar, precisa ser subordinado a regras definidas.
Não é suficiente, todavia, apenas classificar variada gama de proposições e suas inúmeras facetas. Assim, de início, impõe-se -por sua irrefutável evidência- o princípio da 'não-contradição', equivalente ao princípio de identidade, ou seja, a certeza de que uma afirmação jamais contradiz a si mesma.
Regidas por este fundamento, as proposições, contudo, se isoladas umas das outras, ainda assim não constituirão conhecimento algum. Mas ao contrário, se reunidas, calculadas, às afirmações garante-se o caráter essencial do conhecimento. Porque, afastadas das digressões, tornam-se, assim, frutos das palavras raciocinadas.
(Caos Markus)
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