É inconcebível que na gênese da humanidade, fossem os homens criados como seres livres. Porque parece que todas as suas futuras ações, predeterminadas por esse primeiro ato, deveriam estar compreendidas na cadeia da 'necessidade da natureza' e, por conseguinte, como condição típica, não ser livres. Contudo, o imperativo categórico -em matéria moralmente prática- demonstra que os seres humanos são criaturas livres. É esta uma decisão suprema, ditada pela razão, mesmo diante de sua impossibilidade de nos fazer compreender teoricamente a faculdade dessa relação, isto é, do vínculo entre uma causa e seu efeito, posto que são duas coisas fora do alcance dos sentidos. Então, dela -a razão- apenas se pode exigir seja provada a inexistência de contradição no conceito de uma criação de seres livres. Isso é viável, sim, uma vez estabelecido que a contradição somente ocorre quando -além da classificação da causalidade- seja considerada a condição 'tempo', (inevitável no que diz respeito aos objetos dos sentidos), sob a lógica determinante de um princípio de ação precedente.
(Caos Markus)
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