Sob as regularidades da linguagem cotidiana, identificam-se certas formas de institucionalidade (as convenções, em geral) que as explicam e determinam, permitindo superar o modelo restrito da comunicação, propriamente dita, para alcançar uma concepção mais sociológica da retórica. Esta é criada como uma prática social institucionalizada, remissiva não apenas a situações e papéis inter-subjetivos no ato da comunicação, porém, e sobretudo, a espaços objetivos na trama das relações sociais. É nesta ótica que o discurso deve ser entendido por toda a prática enunciativa considerada em função de suas condições sociais de produção, circunstâncias essencialmente institucionais, ideológico-culturais e dimensionadas em certas conjunturas históricas. Estas condições são determinantes, enfim, do que pode e deve ser dito, através de formas várias, quer seja um panfleto ou uma exposição, mas sempre a partir de posição estabelecida, em contexto delimitado.
Por isso, pode-se, a partir da base, da sustentação, considerar quantos sentidos há em que 'dizer alguma coisa' é igualmente 'fazer alguma coisa'; ou, 'dizendo algo' (e mesmo pelo 'fato de dizer algo'), alguma coisa é também objetivamente realizada.
(Caos Markus)
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