O Estado não é um produto do pensamento, mas sim da 'ação'. 'Ação' que exige a 'vida pública' como condição primeira, quando, então, a possível coincidência entre a palavra viva e a palavra vivida permita o surgimento e a sobrevivência das instituições, através da criatividade. Novos feitos e fatos resultantes da 'ação' se inserem, certamente, em contexto cujo sentido nos é fornecido pelo conceito de 'autoridade'. Ora, afinal, 'autoridade' deriva do verbo latino "augere" -'aumentar', 'acrescentar'.
Há muito se busca determinar um 'fundamento' para a 'vida pública' não limitado a ser tão-somente a 'argumentação' ou a 'força'. Porém, essa procura é mesmo complexa, já que 'autoridade' envolve 'obediência' mas exclui 'coerção'. Pois, na ocorrência do emprego da força, da violência, não existe 'autoridade'.
Por outro lado, pressupondo 'obediência', a 'autoridade' se situa nas fronteiras da 'hierarquia'; e, consequentemente, anula a 'persuasão igualitária' necessária à dinâmica do diálogo político. Apesar dessa restrição, o desejado 'fundamento' para a 'vida pública' é indispensável, vez que num dado momento o processo político exige escolha entre variada gama de argumentos. É o momento do 'poder', enquanto resultado de 'ação conjunta', dependente da 'legitimidade' no objetivo de ser estável. Todavia, só é viabilizada a 'legitimidade' face a existência de uma 'comunidade política'.
Entretanto, é precedente à 'afirmação' de tal 'comunidade' um imprescindível 'patrimônio coletivo': a 'Nação'.
Sem o 'agir' dos 'nacionais', tudo é mera retórica, desprovida de palavra vivida; apenas omissão reiterada, em lugar da ação confirmada.
(Marcus Moreira Machado)
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