"Todo homem tem o seu preço", dizem. Se assim é, eu penso que sou mesmo um cabra enjoado, a ponto de me supervalorizar e não me vender por preço que julgo ser o de banana, uma ninharia qualquer. E olha que ando precisando bem menos que o "bendito é o fútil"! No entanto, movido talvez pela vaidade, não sou de me contentar com pirulito na boca de criança, desses que fazem calar a boca de qualquer marmanjo chorão. Quando creio que algo deva ser meu por direito, corro atrás. Pelo jeito, muita gente anda se vendendo em baixa na cotação da auto-estima. Uma modalidade de 'inflação', é o que parece. O valor nominal da dignidade individual está defasado; o valor real, então, nem se cogita. Dessa maneira é que órgão público virou entidade filantrópica, beneficente, 'assistência social', 'caridade' a que se agradece como o faz o mendigo por um prato de comida. E por isso o péssimo hábito de se fazer de coitado, de excluído, para merecer o resto de comida. Por isso essa mania idiota de chamar de "doutor" qualquer um que esteja trajando esporte fino, na esperança de sobrar "algum".
A miséria desta república lotérica conseguiu fazer da outrora pirâmide social duas retas paralelas, com a ilusão de ótica de que 'nobreza' e 'vassalagem' caminham juntas. Afinal, afirma o 'gurulula', os pobres que antes não comiam agora comem (mesmo sem explicar onde foi que os tais pobres arrumaram dinheiro, já que começaram a comer exatamente quando dispararam os preços dos alimentos).
No caso, melhor seria olhar as múltiplas facetas do poliedro, ao invés de se observar apenas os dois lados da mesma moeda. Porque, cara ou coroa, a moeda ainda é do rei, tanto faz e tanto fez.(Marcus Moreira Machado)
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