No labirinto de teorias governamentais, estamos, parece, a esperar um corajoso e apaixonado Teseu, em desafio ao Minotauro, pelo amor a Ariádne. E como quem nada possui briga por pouco, a violência fermenta a c onvulsão social em barbárie coletiva, por ninharias, quinquilharias que em nações 'civilizadas' não passam de sucata.
Vermes vorazes, encontramos na podridão da cultura brasileira -amesquinhada e aviltada- o putrefato alimento das nossas sórdidas paixões. Alguns já marginais, outros ainda 'marginalizados', falta muito para sermos párias. Reduzidos a ínfima casta, excluídos da sociedade, devoraremos uns aos outros, numa antropofagia própria a esta modernidade underground, onde à superfície se vigia quaisquer 'saídas' dos miseráveis.
1984 já passou. Orwell talvez não soubesse que na Revolução dos Bichos os brasileiros não seriam metáfora, mas os próprios bichos.
O esforço de alguns (não poucos!) homens para derrubar outros homens e 'subir', ascender pelos seus cadáveres, traduz a profunda angústia pela qual passamos, mergulhados no canibalismo da tal modernidade social, matando e sendo mortos, odiando e sendo odiados, subjugados, enfim, à lei não escrita, porém, norma piedosa da sobrevivência.
Se ao menos os nossos 'dirigentes' acreditassem no ciclo-reflexo de causa e efeito, então poderiam os homens de governo renunciar à trama de atividades direcionadas, somente, à garantia dos privilégios da 'grande farsa', consagrando todo o seu tempo e energia exclusivamente na real, efetiva reabilitação do país. Todavia, forçoso admitir, nem mesmo a lei do karma (a cada ação corresponde uma reação) vinga cá em Pindorama. Mais 'contribuintes' que 'cidadãos',somos vitimados por formidável desestabilização social, onde não há acordo entre "técnicos" econômicos e a legião de consumidores fãs de crediário (compradores a longo prazo e inadimplentes a curto prazo). Mas, absurdamente, a esse processo chamam 'democracia'!
Ponderar os efeitos reais das ações pretéritas, compreender o seu resultado cumulativo, ainda será a maneira mais razoável de se corrigir a rota e, daí prognosticar formas de atuação futura. No mais, necessitaremos do "pessimismo' como um alerta permanente.(Marcus Moreira Machado)
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