Eu não sou exatamente um pessimista. Ao contrário, não apenas o real mas também o hiper real me fascinam. Mas não é minha a culpa, se a realidade é péssima. Não pretendo, pois, otimizar situações onde se registra a mais evidente degradação do ser humano. E não é outra coisa o que se identifica num povo como o brasileiro, tragado pela superfluidade no tratamento dos peculiares problemas nacionais. De fato, estamos sob rendição. Não temos mais que uma cultura de almanaque, consagrando o banal, ritualizando fórmulas retrógadas de "salvação" individual ou coletiva. Somos tão descartáveis quanto as informações que consumimos todos os dias. Temos acreditado no 'pararreal'!
Valorizar a educação seria no mínimo medida profilática, preventiva de males cruciais como a fome, a miséria, combatidas quixotescamente como 'causa' da violência imperante, da origem da desagregação social, quando, em verdade, não são mais que reflexos da visão delirante que precedem-nas.
Quando se trabalha com fenômenos sociais, não se pode esperar a precisão da informática ou a certeza dos laboratórios. Em sociedades, múltiplos aspectos concorrem para maior possibilidade de dúvidas do que para a probabilidade de acertos. O organismo social, quando doente, requer muito mais que singela 'boa vontade', mais que mero 'otimismo'; carece de conhecimento, e conhecimento prático. No entanto, o quê se observa em se tratando de ciências jurídicas, políticas e econômicas neste país é exatamente o distanciamento da realidade mais óbvia. Opiniões diversas são apresentadas como concepções "sui generis", impressionando pelo 'ineditismo', porém, por demais frágeis, porque extremamente 'fantásticas', inviabilizando o pragmatismo.
Ou, quem sabe, isso ocorra porque não se pretende resolver mesmo coisa alguma?! Neste caso, buscar, então, alternativas calcadas em contexto paralelo ao da realidade, é premeditação, confirmadamente, no desinteresse político, a fim de se garantir o lucro certo de uma cúpula, auferido com a manutenção da miséria alheia.
Hoje, na era do bio-degradável, estamos nos tornando -ao que tudo indica- lixo, ou, a mais forte evidência da própria degradação!(Marcus Moreira Machado)
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