Sofre o homem contemporâneo, tragado pelo impacto da multiplicidade de alternativas num processo consumista.
Sob a pressão subliminar de ideologias várias, que insistem em se fazer aparentar distintas umas das outras, as sociedades procuram atingir, passo a passo, a sofisticação tecnológica; em todas elas, a mesma resolução: suprimir a liberdade do seu único imprescindível componente -o pensar. Ora, é o pensamento uma atividade do espírito, a subsidiar a capacidade de compreensão. Compreender, por sua vez, é promover reconciliação entre um estrangeiro, o homem, e este mundo onde ele vive. Assim, "uma vida não compreendida não é uma vida plenamente vivida".
O que se vê, hoje, ao contrário, é a constante presença de nomes, indicando tendências e qualificações: o perfeito caminho da iconolatria; o senso do consenso; o exato instantâneo da "idiotice" institucionalizada; a hora e a vez dos "cretinos fundamentais".
De fato, eis porque Saul Bellow adverte: é preciso ser um verdadeiro maníaco para insistir em querer ter razão; ter razão é, afinal, apenas uma mera questão de explicações.
A razão, contudo, não é princípio recente. E somaticamente, o 'homo-sapiens' quer resistir, embora já bastante fragilizado. Transfigura-se, então. Agora, outra vez, apenas 'homo-erectus', sofre dores primitivas num cenário vanguarda. Submisso, não compreende a relatividade dos conceitos emblemáticos. E curva-se à imaginada verdade.
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