Até o aparecimento da reflexão no espírito humano; até o surgimento da consciência criadora no homem; tem-se a impressão de que a evolução da vida vinha do exterior, dirigida então ao objetivo determinado de aumentar a concentração de uma consciência ainda desprovida de reflexão. Nesse estágio, do pensar como uma condição humana há apenas a idéia de busca, de uma sucessão de tentativas e abandonos.
A partir do momento em que se evidencia a reflexão, ao contrário, a percepção é de que através da própria reflexão humana o aperfeiçoamento da evolução do mundo deve ter continuidade. A reflexão, da qual o homem é a base de sustentação, ocuparia, de certa maneira, o lugar do instinto de conservação a conduzir a evolução da vida sobre a terra.
Ora, desde a criação da vida, vagarosamente, a consciência toma forma coletiva. E se cada indivíduo é pouco dotado, já a coletividade integra um todo consciente, poderoso, atuante, que decide operações também coletivas. Porém, esse padrão de consciência, como que abandonado pela natureza, logo se extingue, tal qual uma experiência infrutífera.
No homem, entretanto, é que a individualidade é pronunciada. Pois ele, não restrito a uma especialidade num exclusivo domínio, é quem, por saber fazer de tudo -independentemente do coletivo- foi lançado na vida deliberadamente para traçar o seu próprio plano e seguir o seu caminho.
Quando este homem escolher por caminho o do encontro com os seus semelhantes, o seu pensar, da condição humana saltará à condição da humanidade. (Marcus Moreira Machado)
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