São inúmeras as geniais mentalidades que ao longo de séculos têm buscado a 'razão de ser' da 'beleza'. Todos, de filósofos a escultores e pintores, não medem esforços em desvendar cânones ou normas absolutas de impressão estética. É ampla a discussão acerca de uma 'teoria da arte', e muito se comenta a respeito de 'proporções divinas', de 'equilíbrio de valores', num ambiente onde a arte -antes mera expressão natural da emoção humana- torna-se sistematizada procura da 'verdade estética'.
Institui-se assim uma antítese na tese estética, comprendida na dialética da arte.
Já afastada de sua primitiva espontaneidade, intuitiva e irracional, na Idade Média a arte segue por dois caminhos, em duas atividades contrapostas, quais sejam, a arte por amor à arte (uma válvula de escape às tensões emotivas de seus seguidores) e a destinada ao fornecimento (com determinadas técnicas, formas agradáveis e úteis às obras) de produtos e objetos vinculados à vida humana, alcançando todos os níveis de suas satisfações materiais. Daí, uma parcela segue cultivando o ideal estético; a outra, mais numerosa, coloca-se a serviço da indústria ou do comércio, e de quantos empreendimentos a humanidade se propõe em seu propalado progresso. Os primeiros permanecem chamando-se 'artistas'; os demais se designam 'artesãos'.
Eis que então surge a polêmica: deve-se fazer 'arte pura' ou é necessária a 'arte aplicada'?
A 'arte aplicada', bradam os acadêmicos, não é arte. Os marxistas, em contrapartida, afirmam que não existe a 'arte pura', porque, justificam, não há cultura autóctone, isto é, independente das condições econômicas em que se engendrou.
Outros defenderão que à arte está reservada uma missão educativa. Mas, no caso, é de se argumentar: a arte é efeito e não causa da educação. (Marcus Moreira Machado)
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