Há perguntas reflexivas cujas respostas requerem uma visão objetiva da realidade circundante, ou uma síntese dessa visão, ordenada em correspondente concepção filosófica. É o que se observa nas indagações: "quem sou", "qual o meu valor". Pois, a fim de se obter respostas a tais questionamentos será necessário, antes, perguntar: '-Onde estou?'. E para se conseguir isso é mesmo imprescindível completar as lacunas culturais de cada indivíduo.
Ora, com muita frequência a leitura de um mera nota de página em obra aparentemente sem transcendência -nem sequer a da página inteira ou a do livro todo- é o bastante para assinalar um erro de interpretação, corrigindo um equivocado juízo de valores. E ressalvado esse erro, pode se transformar em concepção de vida e do mundo em que vivemos, a ponto de oferecer a todos novas perspectivas. Assim também, um resultado imediato e de suma importância será alcançado com o conhecimento desta visão do mundo, qual seja, a noção da pequenez e insignificância do individual, do 'um' no 'universo'. Constatação que não impede um outro resultado, não menos importante, observado nessa partícula -o indivíduo- perdida no universo infinito: o de que ainda assim cada um possui valor humano inestimável e não sujeito a comparações, pois dotados, todos, de caráter singular. O 'um' se trata de exemplar humano único, que, por isso mesmo, demanda em seu transcurso existencial de cuidado com responsabilidade igualmente singular, vez que é impossível substituir, compensar ou reparar seus atos. Sem hesitação alguma, não é somente o tempo o que não se recupera; é também a vida, o valor, o amor não atendido, a oportunidade desprezada.(Marcus Moreira Machado)
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