O relacionamento tecnocrata com o mundo não é um mero e arbitrário artifício dos homens, mas um destino na sua história. Enquanto fim, a tecnocracia tem todo o direito de exigir-nos como seus construtores. Por isso, aqueles que apenas se rebelam contra as requisições da tecnocracia, ou que tentam, de qualquer forma, desviar-se delas, no fundo sempre fogem também de si mesmos. Por outro lado, um envolvimento decisivo nesse processo cria um vínculo mais livre com o rumo da tecnocracia, permitindo ver que ela é apenas um relacionamento com o mundo, entre muitos outros possíveis. Assim, não somos obrigados a entendê-la como sendo o absoluto, o melhor, o definitivo, a verdade pura e simples. Então, a reconhecemos ainda dominante, porém, a demandar dos homens em proporção equilibrada e não definitiva. Neste contexto, o da liberdade acima da rendição, é que podemos ser os construtores de novo comportamento, numa relação cuja finalidade é privilegiar o ordenamento ditado pelo espírito humano insubmisso.(Marcus Moreira Machado)
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