REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
SÁBADO, 12 DE ABRIL DE 2008: "CO-EDUCAÇÃO, O PROJETO DO COLETIVO".
Sobra razão aos educadores modernos quando proclamam a ineficácia absoluta das lições de moral explicadas teoricamente,como uma de tantas outras disciplinas destinadas a assimilação mais ou menos memorística, sempre de pouco valor para o indivíduo.Aparentemente por baixo,todavia, em realidade, muito acima de todos estes conhecimentos ético-sociais, estão, de um lado, as tendências espontâneas dos 'discípulos', e de outro, a concreta e direta influência que sobre eles exerce a própria vida, com a incontável variedade de seus exemplos.
Ai que possa parecer incongruência, é necessário insistir no fato de que o desenvolvimento da sociabilidade requer a intensificação, de início, da vida social das crianças, aumentando-se as oportunidades de viver livremente em comunidade. O individualismo, ainda hoje imperante, logo nos primeiros anos do ensino fundamental, deverá ser substituído por um socialismo escolar, não apenas dentro de cada unidade pedagógica, não restritivamente em uma determinada escola, porém, entre todas as possíveis unidades capazes de serem postas em co-relação.
Só a prática da co-educação permitirá o desenvolvimento normal da sociabilidade nessas crianças, superando a astúcia e a violência nas relações sociais, substituídas, então, pela sinceridade como base do verdadeiro afeto.
Afinal, quando se trata de estabelecer uma relação social entre um indivíduo e outro de maior 'status' na sociedade; ou entre um indivíduo e o conjunto integrante de um ambiente social (perante o qual aquele se considera em condição de inferioridade); deve-se procurar que a iniciativa das relações sociais surja do indivíduo 'inferiorizado', e que indivíduo supostamente superior busque mostrar-se diante dele como se em realidade não o fosse, quer dizer, estabelecendo o trato de igual para igual.
Há razão neste sugestivo paradoxo, vez que, à primeira vista, parece muito mais fácil continuar uma relação social que já nos é iniciada, do que estabelecê-la por nós mesmos. E clara é a explicação: no primeiro caso, privam-nos da liberdade de escolher fins e meios; no segundo, não. Por isso, conveniente é lembrar que só quando o indivíduo se sente livre, e não coagido, ele é superior, apto a adotar, assim, atitudes verdadeiramente sociais, dissociadas da dissimulação de postulados éticos e morais que apregoam teorias jamais praticadas.
(dedicado aos profissionais do ensino que, em defesa de uma pedagogia libertária, reconhecem a 'esquerda' não como o lugar dos jacobinos, mas
sim enquanto dialética das diferenças, na construção do ser comunitário) Marcus Moreira Machado
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