É crescente o número de pessoas que se queixam da insensatez vazia e entediante de suas existências. Para um psiquiatra, possivelmente essa seria a certeza de um quadro patológico, a sugerir o nome de neurose do tédio, quem sabe. Ou então a neurose do vazio, como forma de neurose do futuro imediato, abrangendo um tédio que necessita encobrir angústias. Afinal, até mesmo a palavra 'tédio', exprime um 'tempo vagaroso', ou, no caso, o sofrer desse tempo longo.
Assim, o tédio que predomina na existência dessa atual neurose encobre seu próprio sentido, utilizando-se da constância de atividades ininterruptas, diurnas e noturnas. Mas neste grande e profundo tédio da neurose do vazio se esconde uma saudade. Se esta não fosse repelida e reprimida com tamanha força, ela deixaria transparecer o reconhecimento da perda de identidade e de enraizamento. (Marcus Moreira Machado)
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