Perde-se no tempo o confronto, na Ética, da concepção que defende a origem congênita da tendência ou do senso moral e a tese que afirma sua aquisição no decorrer do desenvolvimento da humanidade, decorrente, assim, do contato social.
Uma significativa maioria concorda que o homem, ao nascer, não tem mais moral do que qualquer outro animal. Primitivamente, a criança é amoral, e só começa a exibir uma conduta moral à medida em sobre ela atuam as proibições e coações dos adultos. De fora para dentro, a moral penetra na criança em forma de regras de conduta, impostas.
Nesta compreensão, afirma-se que o desenvolvimento da moral individual passa por diversas fases, sem a menor solução de continuidade entre elas. Nota-se a transformação do conformismo por imposição (presente nas sociedades primitivas) à solidariedade orgânica (observada nas sociedades diferenciadas, as denominadas 'democráticas'), através da diminuição da vigilância da comunidade sobre o indivíduo.
Nessa passagem, a origem de toda moral da evolução -constante dos impulsos destruidores, primitivamente dirigidos contra o meio, depois voltados contra o próprio 'eu', transformando-se em seu mais implacável censor.
A 'solidariedade' hoje tão conclamada não é mais que o fruto da imposição do conformismo. Ou vale dizer: só somos 'civilizados' se 'amestrados'. (Marcus Moreira Machado)
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