No dizer de Dobzhansky, "o processo de evolução criou para si, no homem, seu centro dirigente próprio". Considerando, ainda, as palavras de Simpson, para quem o homem "é uma admirável e singular espécie de mamífero", é de se perguntar qual atavismo determinou a singularidade 'homo-brasiliensis'. Não se discute aqui a raça brasileira, que, indubitavelmente, "tem um pé no mato e outro na cozinha". O psiquismo de nossa gente, este sim ainda não foi decifrado, tal a complexidade do caráter nacional, onde a paixão se sobrepõe à razão, num processo de degradação dos valores inerentes a qualquer sociedade organizada. Pois cá em Pindorama parece não prevalecer os ensinamentos da genética: falta-nos a cognição peculiar àquele que dirige a si próprio.
Atribuímos a nossa crise moral-política-econômica à falta de líderes autênticos. Ora, mansos todos somos: o contraste entre a elite rica e a maioria miserável não determina apenas a debilidade política, mas é expressão máxima da nossa incipiente estrutura social.
Que esdrúxula espécie de mamífero somos nós brasileiros?! Que rebanho é esse povo, conduzido pela sagacidade de uma inescrupulosa minoria!? Há certamente uma idiossincrasia coletiva neste país: reagimos como se não fossemos milhões de 'cidadãos', porém, uma massa amorfa condicionada a suportar indefinidamente o aviltamento e a agressão.
Huxley, ao afirmar que 'a evolução na pessoa humana tomou consciência de si mesma', não considerou exceções. Somos uma exceção! Se o quê nos falta é a própria consciência, então não evoluímos. Não fizemos mais que imitar, descascando as bananas que nos atiram.
Enquanto Marx, Engels, Trotsky, nem arquétipos são na 'proto-história' do intelecto pátrio, só nos resta uma "revolução" -a darwinista- no ensejo da maturidade desse 'homo-brasiliensis'.
Teoria política alguma terá o poder de alterar essa fase de transição, se olvidar o real comportamento da "espécie" brasileira, eximindo-se de examiná-la e interpretá-la.
Apenas a estimulação e a acumulação de qualidades poderão determinar o lastro imprescindível à mutação pretendida por alguns poucos homens sérios no comando desta 'nação'. (Marcus Moreira Machado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário