Mera pretensão, a maioria das democracias almeja não ter classes sociais. Todavia, hoje, já abolida a relação 'nobreza e escravos', é certo que existem ainda as classes 'altas' e as classes 'baixas', apesar de que em ambas quase todos se vêem a si próprios como integrantes da 'classe média', fingindo ignorar confirmadas "distâncias" entre elas todas. Em nível individual, encontra-se a busca de status, a ascensão social, disputas pelo poder político ou pela proteção corporativista; a ambição de riqueza financeira e embates por garantia de prestígio. Quer se trate de uma promoção ou da entrada numa universidade, os seres humanos são orientados rumo ao status. Em certas culturas esse status pode ser deduzido pelo quantidade de gado ou pelo número de empregados. E embora essa contenda raramente conduza a lutas abertas, algumas pessoas podem ser aniquiladas ou exploradas no percurso ao ápice do destaque perseguido. Então a violência não é evitada, mas ocorre de maneira indireta.
No cumprimento dessa meta, os homens criaram incríveis rituais dirigidos à sensação de liderança. Querem adquirir propriedades, dividem-nas cautelosamente, estabelecendo rígido domínio sobre a maior parte dos bens materiais. No contexto mais amplo, os indivíduos tendem a vínculos com seus familiares, com seu grupo étnico, sua escola, seu partido político. É a democracia de segmentos.
Bastará uma investigação dessas fronteiras para que logo se revelem as defesas instituídas (indevassáveis, não raramente), restando a comprovação de disputas, conflitos e confrontos na base dessas democracias. (Marcus Moreira Machado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário