Se o mundo nasceu de um amor criador divino, se a evolução é de fato um processo de 'amorização', é claro que o amor é o primeiro e até o único mandamento dado ao homem. Mandamento nada fácil de obedecer, face a dificuldade em amar concretamente, sinceramente, o próximo. A hostilidade, com efeito, parece ser algo adquirido ainda no nascimento de cada um de nós.
Ora, não basta ser irmão em 'algo', mas será sempre em 'alguém' que se poderá experimentar a fraternidade. Trata-se de uma exigência capital: perceber a alegria que nasce do amor, maior que ele mesmo, no outro; sentir-se presente na humanidade através do humano alheio. Importa em bem orientar essa 'potência' de amar, não desperdiçando-a em gestos estéreis, quando ela é possibilidade ilimitada, incansável, de contato pelo espírito. Pois que o amor traz perspectivas de superação indefinida, numa significação realmente cósmica, de encontro com o Universo que avança sobre cada um e em todos nós. De outro modo, o homem, sequioso em saciar tão-somente, numa coisa pequena, uma paixão que se dirige ao 'todo', logrará preencher -pela materialidade ou multiplicidade crescentes de suas experiências- um desequilíbrio fundamental, apenas.
Dessa reserva sagrada de energia, o amor, é que se nutre a evolução espiritual. Assim, a identidade humana de cada indivíduo só se completa na do outro, vez que -energia- não se confina, ao contrário, se expande.(Marcus Moreira Machado)
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