Na nascente de todo o real há um ente que possui a plenitude do ser. A sua concepção está baseada no ser cuja experiência nos é mais próxima, qual seja, a 'consciência'. Mas essa consciência é um ato e não uma substância. Da mesma maneira, o ente a que se atribui superioridade, do qual provém todos os demais seres, é também ato; porém é 'ato puro', enquanto a nossa consciência é ato variegado de potência e, por isso, ato limitado. Assim é que , de início, inconscientes vivendo, a nossa consciência só emerge de uma realidade criada sem ela, aos poucos. Após, o corporal é predominante, nos situando no mundo com o qual estabeleceremos relações; limitando-nos, por efeito.
O 'ato puro', diversamente, advém de uma base onde impera o nada, no sentido de que tudo que ele é provém dele mesmo; ele próprio se fixa, é o seu próprio criador, sua razão de ser, em diversificação de fórmulas para expressar um início absoluto.
O ser de tudo que não é ele, consiste em integrar o seu ato. Este verbo nos reconduz ao imaterial, pela 'participação', evocando, enfim, a unicidade.(Marcus Moreira Machado)
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