A fim de se alcançar o interior sublime , o poder sempre disponível ao homem (muito embora, com maior constância ainda, frequentemente reprimido), é a força a qual chamamos -sem a devida importância- 'amor'.
Para atingir esse centro divino faz-se necessário modelar uma concepção dinâmica do amor.
A física moderna nos ensina que a matéria, em última análise, nada mais é que 'energia'. Este encontro de 'forças' é tão presente em Freud quanto na filosofia hindu.
Porque o 'amor' é a mais universal, a mais formidável e misteriosa das energias cósmicas. Depois de seculares ensaios, as instituições sociais a represaram e canalizaram exteriormente. Utilizando esta situação, os moralistas procuram regulamentá-la -sem ultrapassar, aliás, em suas construções, o nível de um empirismo elementar, em que arrastam as influências de concepções obsoletas sobre a 'matéria' e os vestígios de antigos tabus. Socialmente, finge-se ignorá-lo, quer na ciência, quer nos negócios, nas assembléias, quando, falsamente, este empirismo está em toda parte. Imenso, tomado pela ubiquidade, e sempre insubmisso, causa a impressão de surpresa por compreender e captar esta força original. Sentindo-a, os moralistas deixam-na correr por todos os lugares, debaixo de nossa civilização, pedindo-lhe, apenas, que nos divirta ou que não nos prejudique, tudo como se fosse mesmo possível à humanidade prosseguir vivendo e crescendo sem interrogar sinceramente acerca do que ela deixa perder de 'verdade' e de 'força' em seu extraordinário poder de amar.(Marcus Moreira Machado)
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