O 'autoritarismo' da história é o poder que ela possui de impor ao presente a repetição das formas terroristas que ela própria sempre conheceu.
O que é repetitivo na história é mesmo a violência.
Todos os vencidos são vítimas. O vencedor é, invariavelmente, o vencedor do momento.
Estar no poder, chegar à condição de dominante, é comandar a partir das vítimas prostradas, inertes.
A história que se repete é a história unidimensional do vencedor. É a reedição das catástrofes do passado, na concepção do presente como prosseguimento do pretérito.
Por exemplo, O DIREITO É A LEGITIMAÇÃO DO PODER A PARTIR DA VIOLÊNCIA ESTABELECIDA NA CONTINUIDADE DA HISTÓRIA.
Já se disse, nesse sentido, que a institucionalização do direito é também a do poder, ou seja, um ato de imediata manifestação da violência.
O nome que o vencedor dá ao silêncio dos vencidos é 'a paz criada pelo direito', pretendendo, então, torná-la definitiva.
Assim é que procede o totalitarismo: na unicidade 'povo, sociedade e Estado', o indivíduo é absorvido, numa fusão ideologicamente produzida.
Marcus Moreira Machado
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