Se deixarmos o consciente falar, nada mais ele dirá, certamente, senão a repetição do ligeiro e fugaz de tempo ido.
Lembranças, apenas, que não são parte alguma de nossas vidas.Porque, nem bom nem mau, tudo o que separou cada um de nós de si mesmo (muito além de distanciar-nos um do outro), nada disso será de fato (re) conhecimento do tempo vivido.
Eu busco, então, uma outra dimensão a justificar esta realidade: longe também do inconsciente; afastada das concepções em nível mais interiorizado ou mais à superfície.
Na procura, encontro algo que, por demais simples, faz oportuna pronta rendição: 'O quê foi que não fizemos?'.
Afinal, muito do que qualquer um de nós já tenha feito, percebe-se, ocupou lugar de rupturas, o espaço do inacabado, respostas nunca pretendidas a perguntas sequer ousadas.
Na remota hipótese de existir, agora, tristeza pertencente só ao futuro, resta-me por certo que tempo não há, que tempo não houve, nisso jamais contado em dias, anos.
Assim, é minha a certeza: se foi amor (vago pretérito) o meu sentimento, é amor o que eu sinto.
Nada a fazer com isto que é.
Nenhum beijo dado a pedir um abraço querido.
A imensidão, somente, do eternizado. A que não indaga "quanto tempo", mas que afirma: 'todo o tempo!'.
Marcus Moreira Machado
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