Já abolida a clássica divisão da História -como tradicionalmente constante dos compêndios didáticos-; utilizando agora alguns usuais marcos históricos tão-somente como deléveis referências; é de se perguntar (se incorreta a denominação "Idade das Trevas", se incerto identificar-se outro momento como "Idade das Luzes" -uma e outra como caracterização da alternância de períodos da civilização) : qual o nome desta "barbárie" requintada, e qual o título desta hipocrisia "moralizadora" contemporâneas?
Há nome para tudo, ainda que o essencial, mesmo que o cerne, a estirpe, sejam olvidados pelas palavras cunhadas nas designações, alcunhando-se o mais absoluto com o registro do mais relativo. É no apelido aceito como verdade inquestionável onde nasce a burla, disseminando normas ditadas na truculência e obedecidas na passividade.
Nascida na ignorância, a nomenclatura (elevada à superioridade dos ícones) é a alteza real. Sob o seu manto, o séquito de admiradores, prostrados em reverência, perpetuam a N E C E D A D E , muito embora apresentem-lhe ilimitado aval, caucionando o progresso em nome ... da evolução!
Por isso bugiganga à pilha não é missanga, e Cabral não é Tio Sam. E só por isso, é disso que sobrevivem todos os espoliadores, dilapidando patrimônio alheio na OFERTA DE GALHOS E QUEBRA-GALHOS importados diretamente da SUCATA E LIXO DOS QUINTAIS IMPERIAIS; mesmo que para 'imperialismo' se dê igualmente nova alcunha, chamado, pois, ao gosto moderno (ou contemporâneo?) de neoliberalismo, no tempero da DESENFREADA DEMANDA POR CLAVAS CIBERNÉTICAS.
Ora, eis o capital ! Frente à frente, o fundamental e o periférico, não obstante a impensada e ligeira resposta: "-Washington!". Ou na "melhor" (ou 'pior'?) das hipóteses ('respostas') : "-Miami !".
Porque: "Ai, esta terra inda vai cumprir seu ideal... ainda vai tornar-se um imenso Portugal !",
Nas trevas do cotidiano, sob as luzes de holofotes, pálida, segue a História o seu curso, atravessando mares nunca dantes navegados; em luta acirrada com os sobreviventes DRAGÕES DA MALDADE, sob o comando de SANTOS GUERREIROS adestrados nos cursos intensivos do ano 2007.
Apócrifos, evangelhos outros são professados através da multimídia; banidos os franco-atiradores; desterrados os HEREGES DO ÚLTIMOS DIAS. Tudo porque na guerra dos cem anos, mil séculos vos contemplam, à maneira de Napoleão -"revolucionariamente"-, ainda que em mão inglesa. Porque na abolição da escravatura não há nomes.
Quilombos não aceitam, porém, lei áurea, pois defendem no anonimato a inominada declaração do aperfeiçoamento humano -em escala evolutiva verdadeiramente ascendente, contínua e não alternante; com luz própria, enfim!
Marcus Moreira Machado
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