Mergulhando na rendição ao conhecimento, não
ultrapasso além do passo a passo, na vida a desenhar,
quase sempre, apenas um traço.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
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O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL LEVOU 24 ANOS PARA, AO DECIDIR SOBRE UM PROCESSO, DIZER QUE O ASSUNTO NÃO ERA COM ELE.
O caso faz parte do cenário de morosidade que foi constatado na mais alta Corte do país por um levantamento inédito da FGV Direito Rio. Ao analisar a duração de processos e liminares no Supremo de 1988 a 2013, o estudo viu que o STF leva, em média, cinco anos para julgar de forma definitiva Ações Diretas de Inconstitucionalidade, mas várias ficaram mais de 20 anos até terem decisão definitiva da Corte, sem possibilidade de recurso.
NO PIOR CASO, QUE DUROU DE 1989 A 2013, A CORTE LEVOU 24 ANOS PARA, AO DECIDIR, VER QUE O ASSUNTO NEM ERA CONSTITUCIONAL, ISTO É, NEM ERA DE SUA COMPETÊNCIAS. O GOVERNO DA ESPANHA PEDIU EM 1989 A EXTRADIÇÃO DE UM ESPANHOL ACUSADO DE SER CÚMPLICE EM HOMICÍDIO NO SEU PAÍS. DUAS DÉCADAS DEPOIS, EM 2009, O STF AINDA NÃO TINHA ANALISADO O CASO. NAQUELE ANO, O CRIME PRESCREVEU, disse a embaixada da Espanha no Brasil. Por isso, em 2011, o governo espanhol desistiria do pedido, e o STF seguiria sem analisá-lo. Foi fazê-lo só em 2012, quando constatou a perda do objeto da ação, pela desistência da Espanha. (copydesk, Caos Markus) |
No percurso da vigilância e punição, quando o aprisionamento torturante, hoje, não é o do corpo, mas o da alma; no enredo do contraste entre o "moderno" e o "atrasado", onde o desenvolvimento "prodigioso" da ciência nada resolveu; seguimos na trilha-trama do espetáculo, o lugar do olhar iludido e da falsa consciência, da unificação realizada tão-somente por uma linguagem oficial da separação generalizada.
E o fazemos numa ampliada perspectiva de Michel Foucaut (Vigiar e Punir, 1975), na senda de Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo, 1932), diluídos na descrição de Guy Debord (Sociedade do Espetáculo, 1967).
Acompanhando sem hesitações o nosso tempo, preferindo a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser; logramos projetar o nosso mais hostil espectro.
Agora já somos, um a um, a própria espetacularização individualizada.
Na economia desenvolvendo-se para si própria, no reflexo da produção das coisas, cada um já é matéria-prima do objeto a substituí-lo em seu crepúsculo enquanto sujeito.
(Caos Markus)
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