
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
domingo, 24 de janeiro de 2010
TERÇA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO DE 2010: "HONORIS CAUSA"

SEGUNDA-FEIRA, 8 DE FEVEREIRO DE 2010:"PRIVATIVO"

DOMINGO, 7 DE FEVEREIRO DE 2010:"FAMÉLICO"

SÁBADO, 6 DE FEVEREIRO DE 2010:"TRUÃO NA CORTE"


(Marcus Moreira Machado)
SEXTA-FEIRA, 5 DE FEVEREIRO DE 2010:"REVEZAMENTO"

O brasileiro não tem predileção partidária, não possue necessariamente convicção ideológica propriamente dita; brasileiro quando vota, vota na esperança - uma esperança momentânea, mais inclinada à possibilidade de um consumismo imediato porque brasileiro quer esquecer o passado, mas não se incomoda quase nada com o futuro; ou melhor, o seu futuro é o próximo eletrodoméstico, a próxima "suave" prestação, o mais novo status de quem compra freezer, mesmo que não tenha mais de quinhentas gramas de carne moída para guardar, quer dizer, congelar. Aliás, o que parece é que brasileiro gosta bastante de congelamento - o, político o econômico e … o da carne moída!
Na falta de BMW (que alguns "novos ricos" insistem em chamar BM "VÊ"), uma nova eleição sucessiva a um novo plano econômico ( ou seria um econômico plano?), faz renascer das cinzas o facho adormecido dessa esperança que já imprestou ao brasileiro o seu sobrenome, quer dizer, "brasileiro, profissão esperança". E, de voto em voto, expresso tácito, nulo, branco ( porque essas também são manifestações de "esperança", esperança de que protestando a coisa toma jeito), voto ininteligível de intenções de voto que não conseguiram traduzir-se em gestos de votos, dada a imperfeição dos garranchos ( mentira, os garranchos são sim perfeitos) que acabam por eleger o analfabetismo em primeiro turno, e com um invejável percentual de vantagem sobre os outros votos, ou sejam, os votos dos semi-analfabetos ( ou seriam semi-alfabetizados; será a mesma coisa?)…Mas, então, de voto em voto, o brasileiro reascende a secreta esperança ( muito mais secreta de que o próprio voto, que esse um conhece o do outro, já que todo mundo faz uma questão danada de "explicar" o seu voto, numa tentativa nula de parecer consciente para anular a esperança alheia. Complicado, não?) de subir ao "pódium" do primeiríssimo lugar. Não é todo eleitor que gosta de Jazz e Ballantine's, ou já ouviu falar de Bourbon Street; assim como nem todo brasileiro-eleitor aprecia a buchada como iguaria gastronômica; mas, ter colaborado com o processo democrático das eleições livres ( livres de muitas dificuldades) já é quase sinônimo de ser também um candidato e, o que é melhor, um candidato eleito.
O nosso nome não é Enéas, não é FHC, não é ACM e nem IPC ou URV; o nosso nome, de agora em diante, é J.P.S. e S.D.B. - o nosso nome é "cult", de gente famosa e super dotada, é Jean-Paul Sartre e é Simone de Beauvoir.
E por que não? Somos eleitores ecléticos. Tanto somos que até em meio a esse sincretismo religioso que nos é peculiar já fazemos, muito antes de qualquer eleição, promessas solenes, nos obrigando para com divindades várias, promessas que depois de cumpridas se tornam "ex-votos".
Agora, tanto faz, tanto fez, a esperança "existencialista” de Havre confunde-se com "A Imaginação" e com "O Imaginário" do mestre francês - mestre do presidente, guru do presidente, que também gosta de salada verde com queijo roquefort. Afinal, quem se lembra daquele filme "Como era gostoso o meu francês"? Nele, os aborígenes, os ameríndios, os nativos do Brasil degustavam um saboroso espécime francês; pois, faz tempo somos "cult", do paladar ao … paladar! Faz tempo que deglutimos goela abaixo temperos exóticos, crendo, talvez, na aquisição de força hercúlia pelo consumo dos cérebros privilegiados; mas, já evoluídos não devoramos o inimigo, antes, o elegemos chefe da tribo, pajé da tribo, encantador de serpentes, para depois saboreá-lo aos poucos, de mandato em mandato.
E, o melhor de tudo é essa sensação de que há um terceiro turno: o momento dos cento e quarenta e nove milhões de eleitores que somos votando dessa vez em nós mesmos, por extensão do voto anterior, este dado ao candidato. Explica-se: não somos cento e cinqüenta milhões, porque nem tudo é povo, e que não é já garantiu a sua vaga no concreto da esperança; nos outros ficamos ainda no vazio da esperança que é a última que mata.
A certeza de que fizemos uma boa escolha, a convicção de que no terceiro mundo há um terceiro turno está mais intimamente vinculada à legenda suprapartidária dos magazines, quando cédulas cedem lugar a duplicatas mil, nas promoções da vida inteira. Aliás, quantas reencarnações serão necessárias para plena quitaçãos da felicidade à prazo? Pois, carnês são neste terceiro turno a única certeza do paraíso terrestre; e a panfletagem das lojas dão conta de toda sorte de liquidação. Compre, compre, compre tudo o que puder, e dê risada dos gringos norte-americanos, pensando que eles estão na pior porque o dólar esteve cotado a 0,82 centavos de real. Depois, converse com seu novo liqüidificador da última liquidação no atacado da sua incapacidade de consumir o que efetivamente necessita, pergunte ao microondas que estoura pipocas e os seus miolos ( se é que tem algum) porque e como os americanos do norte lutam na Coréia, lutam no Haiti lutam no Iraque e lutam … Aonde mais?
Ora, seu eleitor-consumidor desse Brasil varonil, indague do seu micro-célebro eletrônico de penúltima geração ( os nossos japoneses são melhores que os brasileiros dos japoneses. Complicado, não?) por que é que os latinos são utilizados como personagens da bandidagens dos guetos nova-iorquinos, nas películas do Tio Sam, quase sempre consumidas pelos próprios latinos.
Mas, sobretudo não perca a esperança, pois o verde, dizem, é "esperança" resta saber qual deles: o ecológico, aparentemente lógico, ou qualquer sinal de trânsito.
No terceiro turno não haverá feriado.
(Marcus Moreira Machado)
QUINTA-FEIRA, 4 DE FEVEREIRO DE 2010:"IRREALISMO"

(Marcus Moreira Machado)
QUARTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO DE 2010: "A PRIMAZIA DO CAOS"

Caos (do grego Χάος) é, segundo Hesíodo, a primeira divindade a surgir no universo, portanto o mais velho dos deuses. A natureza divina de Caos é de difícil entendimento, devido às mudanças que a idéia de "caos" sofreu com o passar da épocas.
Inicialmente descrito como o ar que preenchia o espaço entre o Éter e a Terra, mais tarde passou a ser vista como a mistura primordial dos elementos. Seu nome deriva do verbo grego χαίνω, que significa "separar, ser amplo", significando o espaço vazio primordial.
O poeta romano Olvídio foi o primeiro a atribuir a noção de desordem e confusão à divindade Caos. Todavia Caos seria para os gregos o contrário de Eros.Tanto Caos como Eros são forças geradoras do universo. Caos parece ser uma força mais primitiva, enquanto Eros uma força mais aprimorada. Caos significa algo como "corte", "rachadura", "cisão" ou ainda "separação", já Eros é o princípio que produz a vida por meio da união dos elementos (masculino e feminino).
Filhos
Os filhos de Caos nasceram de cisões assim como se reproduzem os seres unicelulares. Nix (Noite) e Érebo(Escuridão) nasceram a partir de "pedaços" do Caos. E do mesmo modo, os filhos de Nix nasceram de "pedaços" seus; como afirma Hesíodo: sem a união sexual. Portanto a família de Caos se origina de forma assexuada.
Se Caos gera através da separação e distinção dos elementos e Eros através da união ou fusão destes, parece mais lógico que a idéia de confusão e de indistinção elemental pertença a Eros. Eros age de tal modo sobre os elementos do Mundo, que poderia fundi-los numa confusão inexorável. Assim, seu irmão Anteros equilibra sua força unificadora através da repulsa do elementos.
Caos é então uma força antiga e obscura que manifesta a vida por meio da cisão do elementos. Caos parece ser um deus andrógino, trazendo em si tanto o masculino como o feminino. Esta é uma característica comum a todos os deuses primogênitos de várias mitologias.
É freqüente, devido à divulgação das idéias de Ovídio, considerar Caos como uma força sem forma ou aparência, isso não é de todo uma inverdade. Na pré-história grega, tanto Caos como Eros eram representados como forças sem forma, Eros era representado por uma pedra.
Outra problemática é considerar Caos como a pai-mãe de Gaia, Tártaro e Eros, quando é somente genitora de Nix e Érebo. Na verdade ela seria "irmão-irmã" de Gaia, Tártaro e Eros.
Segundo o poeta romano Higino, Caos seria masculino e possuiria uma contraparte feminina chamada Calígena "a Névoa primordial".
(Marcus Moreira Machado)
TERÇA-FEIRA, 2 DE FEVEREIRO DE 2010:"O DIVINO"

Historicamente, não é possível definir qual foi a primeira tribo a manifestar uma idéia de divindade. As primeiras dessas concepções teriam surgido nos períodos Paleolítico e Neolítico, e teriam sido manifestadas pelo sentimento humano de um vínculo com a Terra e com a Natureza, os ciclos e a fertilidade. Contudo, os escritos mais antigos até hoje encontrados referem-se às concepções vindas das religiões suméria, védica e egípcia, as quais surgiram por volta de 3600 a.C..
No intuito de criar explicações para a existência dos elementos e dos seres da natureza, bem como para conhecer o sentido dos fenômenos naturais (a tempestade, o vento, o dia e a noite, as estações, etc.), os povos e tribos da antiguidade conceberam diversas divindades que, no mais das vezes, passaram a ter sentimentos e emoções idênticas às dos humanos. Daí derivaram os rituais, cerimônias e sacrifícios, que tinham como objetivo agradecer as benesses enviadas por essas divindades ou aplacar sua ira, que castigava a humanidade com alguma calamidade.Daí, algumas antigas citações, em torno da 'sagração' de um pássaro:
"Existe outro pássaro sagrado, também, cujo nome é fénix. Eu mesmo nunca o vi, apenas figuras dele. O pássaro raramente vem ao Egito, uma vez a cada cinco séculos, como diz o povo de Heliópolis. É dito que a fénix vem quano seu pai morre. Se o retrato mostra verdadeiramente seu tamanho e aparência, sua plumagem é em parte dourado e em parte vermelho. É parecido com uma águia em sua forma e tamanho. O que dizem que este pássaro é capaz de fazer é incrível para mim. Voa da Árabia para o templo de Hélio (o Sol), dizem, ele encerra seu pai em um ovo de mirra e enterra-o no templo de Hélio. Isto é como dizem: primeiramente molda um ovo de mirra tão pesado quanto pode carregar, então abre cavidades no ovo e coloca os restos de seu pai nele, selando o ovo. E dizem, ele encerra o ovo no templo do Sol no Egito. Isto é o que se diz que este pássaro faz." - Heródoto.
"E a fénix, ele disse, é o pássaro que visita o Egito a cada cinco séculos, mas no resto do tempo ela voa até a Índia; e lá podem ser visto os raios de luz solar que brilham como ouro, em tamanho e aparência assemelha-se a uma águia; e senta-se em um ninho; que é feito por ele nas primaveras do Nilo. A história do Aigyptos sobre ele é testificada pelos indianos também, mas os últimos adicionam um toque a história, que a fénix enquanto é consumida pelo fogo em seu ninho canta canções de funeral para si" - Apolônio de Tiana.
"Estas criaturas (outras raças de pássaros) todas descendem de seus primeiros, de outros de seu tipo. Mas um sozinho, um pássaro, renova e renasce dele mesmo - a Fénix da Assíria, que se alimenta não de sementes ou folhas verdes mas de óleos de bálsamo e gotas de olíbano. Este pássaro, quando os cinco longos séculos de vida já se passaram, cria um ninho em uma palmeira elevada; e as linhas do ninho com cássia, mirra dourados e pedaços de canela, estabelecida lá, inflama-se, rodeada de perfumes, termina a extensão de sua vida. Então do corpo de seu pai renasce uma pequena Fénix, como se diz, para viver os mesmos longos anos. Quando o tempo reconstrói sua força ao poder de suportar seu próprio peso, levanta o ninho - o ninho que é berço seu e túmulo de seu pai - como imposição do amor e do dever, dessa palma alta e carrega-o através dos céus até alcançar a grande cidade do Sol (Heliópolis, no Egito), e perante as portas do sagrado templo do Sol, sepulta-o" - Ovidio.
(Marcus Moreira Machado)
SEGUNDA-FEIRA, 1 DE FEVEREIRO DE 2010: "PÁSSAROS E SAGRAÇÃO"

sábado, 23 de janeiro de 2010
DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2010: "ANCESTRAIS"

Dái-me os céus, se tenho
asas.
A sombra -eu projeto-
insignificante,
reduzida,
não é
ela mesma.
Não sou eu o tamanho desse pouco tempo.
Cá dentro, tenho aprisionada a imagem
da surpresa que assalta-me os sonhos
e me enternece
obrigando-me à crença dos seus hábitos.
"Isso te foi deixado
e ao berço dado não se nega moradia.
Viverás com os homens,
ainda que, vitimado pelo ódio,
a vingança te arruine em pedaços."
Eu tenho olhos,
dái-me luz.
Se forçado, sou companheiro das trevas,
é meu desejo livrar-me desse teto
que oculta os meus prazeres.
(Marcus Moreira Machado)
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