
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
SÁBADO, 16 DE FEVEREIRO DE 2008: "TRADIÇÃO INCONFORMADA".

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2008: "A FELICIDADE QUE ENVERGONHA".



Única felicidade a admissível pelo insubmisso: a que possa ser realizada. Esta 'realização' se dará, então, com a vitória ou na luta.
Nessa compreensão, a ninguém é dado o direito de ignorar a dor alheia. Porque não pode haver felicidade quando os demais sofrem.
Da contemplação do sofrimento, pensam alguns, advém uma certa sabedoria. No entanto, não existe 'saber' onde impõe-se a vergonha em ser feliz sozinho.
Por isso, nas palavras de solidariedade deve-se encontrar a razão da revolta necessária.
Afinal, a vergonha em ser feliz sozinho é uma atitude de amor aos homens, e gesto de luta em todas as dimensões. É ainda o eixo de uma recusa à eternidade bem-aventurada e distante da comunhão com toda a humanidade.(Marcus Moreira Machado)
QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2008: "PRODUZINDO EDUCAÇÃO"


Com o atual aprimoramento dos métodos e técnicas de ensinar, muitos educadores, deslumbrados com sua eficácia no processo de apredizagem, renunciam à tarefa propriamente educativa, limitando-se então a 'transmitir' as informações e conhecimentos técnicos usuais, aceitos ou, de certa forma, 'impostos'.
Ao se transformarem em 'mediadores tecnológicos' das informações que lhes foram comunicadas e das técnicas que lhes serviram de condução, esses educadores correm o grave risco de em breve tempo se tornarem absolutamente dispensáveis. Mais que isso, serão vistos como inutilidade que pode ser substituída por 'máquinas de ensinar', ou por 'monitores' especializados na "arte" de distribuição de conhecimentos programados, formatados, já elaborados numa 'matriz tecnológica' do saber. Todavia, o educador não pode esquecer que o seu compromisso é com a formação daqueles que, por seu turno, irão formar as gerações posteriores. E nesse sentido, os educandos possuem uma indispensável necessidade, a do 'contato vivo' com um educador apto a 'produzir' o que em tempo algum máquina qualquer conseguiria fazer, pois no relacionamento humano há tarefas que nunca poderão ser 'programadas'. Somente o educador pode (e deve) concatenar todas as informações fragmentárias recebidas ou 'impostas' dentro de um contexto sócio-cultural mais amplo; e, por conseguinte, mostrar as relações, as mediações, o momento da história, as condições sociais e psicológicas que explicam o aparecimento do saber, tanto quanto os métodos científicos que tornaram possível sua descoberta, e as incidências que decorrerão, destinadas às futuras pesquisas e à prática social.(Marcus Moreira Machado)
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
QUARTA-FEIRA, 13 DE FEVEREIRO DE 2008: "SUPERAÇÃO DA HUMANIDADE, NEGAÇÃO DO HOMEM".

A sensibilidade ensina: negar a inocência é negar o homem mesmo. Culpá-lo é compactuar com a injustiça.
A pretensão de superar a própria humanidade está sempre presente nos que julgam. Ao decretar a culpa de uma pessoa, toma-se a imagem de uma vil divindade que, castigando, se julga portadora da verdade. E a verdade, sendo o Absoluto, não é atributo humano.
No ato de julgar, o que se vê é um violento 'sim' ao mundo da injustiça e da morte. Trata-se de conduta de quem é contra o ser humano. Afinal, a revolta sensível leva à história, porém, não exclui o mundo. A negação do indivíduo revoltado é proferida no mundo dos homens. É consumada no binômio da inteligência e da ação. A sua lucidez e racionalidade contrapõem-se ao irracional da condição em que se mantém. À injustiça fundamental de que é vítima, esse indivíduo irá contrapor a atividade apaixonada de justiça e amor. Exigência da sensibilidade, será norma da inteligência e da ação, imprimindo o sentido de luta, que reflete o sentido da vida. Combaterá o que pode ser mudado, lutará por qualquer ideal de felicidade que, mesmo distante, assemelhando-se a utopia, possa fazer justiça ao homem. O retorno ao mundo da felicidade indicará a medida da autenticidade de todos os seres humanos.(Marcus Moreira Machado)
TERÇA-FEIRA,12 DE FEVEREIRO DE 2008: "A NEGAÇÃO QUE AFIRMA".


O filosofar das certezas alcançadas pela razão é mesmo tradição histórica na filosofia. Constituindo o que Albert Camus chamou de "pensamento humilhado", são muitos os que têm por início do 'pensar' as evidências da razão. Ao invés do irracionalismo que tudo explica, um compromisso de sinceridade, a aceitação dos múltiplos da absurda tensão.
Sabe-se que clareza e realidade ordenada nunca serão alcançadas. Porém, questiona-se como viver neste embaraço, qual a possibilidade de se viver ciente de todas as negações que a todos são feitas.
Por conseguinte, o trabalho filosófico adquire um 'status' decisivo, uma natureza vital. Deixa de ser um devaneio próprio à ociosidade de algumas pessoas, a fim de se dignificar pelo que se lhe é destinado, a filosofia.
Viver, sabendo da temporalidade, a aproximação permanente do fim; viver, na obrigação de renunciar a todo absoluto e unidade; são tarefas que requerem uma condição. E a razão firmou, na ruptura, esse pressuposto -a condição da filosofia, porque premissa do homem consciente. É a negação que afirma.
A admissão de tais certezas é fruto do exercício da lucidez, pois, mesmo marcadas pela sensação de angústia, são a única fonte de luz com que se pode contar num mundo fora do controle humano.
Por isso, a filosofia há de ser vista como ampliação do ponto de partida.(Marcus Moreira Machado)
sábado, 9 de fevereiro de 2008
SEGUNDA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2008: "CRÍTICA DA RACIONALIDADE".


Tanto o conceito de objetividade quanto o de racionalidade não escapam a uma intervenção de valores ou normas éticas. No fundo, a racionalidade consiste na escolha dos meios mais aptos para atingir determinado fim. Contantemente, os fins são admitidos tacitamente, ou, vale dizer, meio 'irracionalmente'. Essa admissão, sem crítica, dos fins cria a ilusão da racionalidade instrumental e tecnológica, pretensamente isenta de toda e qualquer referência a um sistema valorativo, e, por isso, neutra. Todavia, é absolutamente discutível que a maioria da produção concebida e efetivada graças às técnicas de extrema racionalidade traga mesmo contribuição eficaz à satisfação das necessidade humanas. Da análise crítica dos valores que permeiam o conceito de racionalidade, infere-se a premência de um exame da questão dos 'fins' a que se propõe a ciência através de suas pesquisas. Pois, não se pode ignorar o desvio de múltiplos resultados técnicos-científicos, haja vista que boa parte das carências essenciais do homem foi relegada à inferioridade, em efetiva constatação de que parcela considerável de conhecimentos vem sendo desperdiçada, tão-somente para a satisfação de necessidades secundárias ou artificializadas do ser humano e da sociedade.
A racionalidade não é, dessa maneira, fruto da razão.Porque, ao contrário, a razão comporta e exige permanente crítica.(Marcus Moreira Machado)
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
DOMINGO, 10 DE FEVEREIRO DE 2008: "A PSICOLOGIA QUE PRODUZ UM HOMEM


A interferência ideológica na psicologia é bastante clara, sobretudo quando essa disciplina se relaciona com as estruturas sociais, desempenhando então uma função cultural de destaque. Obviamente, trata-se da prática psicológica, que possui natureza explicativa. Os psicólogos, mais e mais têm sido chamados a responder a sucessão de demandas extrínsecas aos objetivos científicos da sua finalidade original. Cumprem agora essa função cultural em meio à sociedade, apresentando uma compreensão nova do homem e do conhecimento; desenvolvida, sim, através de pesquisas reais, contudo, também e principalmente como efeito da vulgarização dessas pesquisas. Ora, o homem contemporâneo tem uma imagem de si próprio à qual a psicologia não é estranha. Essa imagem -a que se forja para o homem atual- responde a uma necessidade de adaptação do comportamento dos indivíduos aos objetivos de um sistema econômico, social, político e cultural.
Quer na prática psicológica aplicada ao segmento industrial ou escolar, individualizadamente; quer na estabelecida no contexto mais amplo de toda a sociedade; as funções de adaptação, de seleção, de promoção, e daí por diante, respondem, todas elas, a exigências que mesmo essa experiência rotineira não pode controlar ou criticar. Há casos em que a limitação advém das imposições de ordem econômica; outros, de imperativos culturais. Em todos, contudo, essa prática é reduzida ao plano de um 'meio' dirigido a um 'fim' preciso, independente da própria psicologia. Equivale a dizer que se trata do uso da psicologia como um forte aliado no processo de condicionamento do ser humano. Enfim, a psicologia que "produz" um homem.(Marcus Moreira Machado)
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
SÁBADO, 9 DE FEVEREIRO DE 2008: "ALMA, O SUJEITO INCONDICIONADO".


A capacidade de conceber idéias é a faculdade da razão propriamente dita, atuando para organizar as categorias do discernimento. A metafísica tem esta pretensão, concebendo idéias que não guardam nenhuma relação com experiência alguma. Para que as representações da compreensão sejam sintetizadas em uma unidade, é necessário pressupor a condição possível dessa mesma unidade, quer dizer, o sujeito do conhecimento.
A condição de possibilidade desse sujeito só poderia ser outro sujeito, porém, já incondicionado, subsistente em si e por si; ou seja, uma substância -a chamada 'alma', pela metafísica. Também, alternativamente, a 'causa', no entendimento que vincula um objeto e outro, viabilizando o conhecimento de um acontecimento.
Daí, a razão cria a série completa de causas e eventos; concebe o mundo.
A razão ainda pode criar uma condição incondicionada de todos os possíveis, alma ou mundo, entendida como Deus.
Por efeito, a razão se ilude, apropriando-se de uma possibilidade lógica do conceito, como se observa na idéia metafísica de alma. Pois, o sujeito, distinto de individualidade fundada na experiência, é somente a condição formal de identificação de um objeto como substância, que, essencialmente incondicional, não pode ser matéria. Ou, o sujeito é forma, a lógica do conhecimento, e não o seu conteúdo. É alma, do sujeito incondicionado que transcende.(Marcus Moreira Machado)
SEXTA-FEIRA, 8 DE FEVEREIRO DE 2008: "PERMANÊNCIA REVOLUCIONÁRIA".


Falsa doutrinação, não existe possibilidade de desenvolvimento capitalista com distribuição de renda (uma utopia reacionária do reformismo) por um simples motivo: desde que a burguesia é burguesia, ela só faz buscar defender e aumentar seus lucros. E para cumprir essa meta, a forma mais rápida é a manutenção da sua política, sem abrir mão de seus privilégios.
Ora, a compreensão do desenvolvimento desigual e combinado da relação entre as classes no Brasil aponta única perspectiva revolucionária, a que leve em consideração a sua própria permanência. Pois, o proletariado de um país atrasado tem diante de si as tarefas da revolução democrático-burguesa, que a própria burguesia não pode cumprir; e, concomitantemente, a necessidade de avançar para a revolução socialista.
Tanto a reforma agrária como a real independência nacional -a ruptura com o imperialismo- só serão de fato realizadas contra esse imperialismo , contra a burguesia nacional e o latifúndio capitalista, sob a condução do proletariado. Tal significa ver a revolução socialista em seus estágios.
Para tanto, o proletariado terá de levar em conta a necessidade de ser o dirigente do conjunto das massas exploradas, desde os setores populares das grandes cidades; da juventude e, em particular, do movimento estudantil; e de seus irmãos proletários do campo.
O caráter permanente da revolução se manifesta sob outro aspecto. É possível que o proletariado de um país atrasado tome o poder antes mesmo que isso ocorra nos países imperialistas mais avançados. Mas a revolução não pode avançar depois da tomada do poder, na consumação de uma ordem socialista, caso os operários dos centros mais industrializados, dos paíse imperialistas, não tomem igualmente o poder.
Por esta razão, a revolução permanente e internacional é o maior e o mais difícil dos objetivos, mas que, ausente, jamais alcançará a transformação das estruturas sociais.(Marcus Moreira Machado)
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
QUINTA-FEIRA, 7 DE FEVEREIRO DE 2008: "IDEOLOGIA ECONÔMICA, A PRAXE E A PRÁXIS".


Tanto quanto nas demais ciências ainda mal denominadas "humanas", na economia, os conflitos de valores ocupam lugar de destaque, a ponto de atualmente não merecer crédito uma pretensa linha divisória entre a teoria econômica e a doutrina ideológica ou política. É sempre mais crescente nos países desenvolvidos a intervenção mais direta dos economistas nos assuntos privados e públicos. Constata-se que a economia-ciência está bastante integrada a seu contexto social e político.
A considerar o grau de certeza do conhecimento científico, a economia deve, via de consequência, ser compreendida num duplo movimento. Assim é que no plano tecnológico ela constrói uma ampla aparelhagem abstrata, inicialmente emprestada das chamadas ciências da natureza; após, progressivamente, revitalizada face a uma instrumentação original. E no plano da determinação de seu objeto, a economia orienta-se à concepção que a vincula cada vez mais às mesmas "ciências humanas".
Da análise do grau de certeza desses dois planos, todavia, conclui-se que a economia precisa ser identificada, enquanto ciência teórica, em associação às sua técnicas de aplicação, isto é, teoria e prática não apenas se complementam em significação, mas também se ordenam reciprocamente.
Não por outro motivo, a economia contemporânea é uma disciplina intervencionista, ou melhor, uma praxeologia. Porque ela intervem na medida em que busca prever fatos econômicos; de modo mais radical, intervem ainda quando se coloca a planificar. Afinal, planificar é interferir, intervenção que se faz na escala de uma grande unidade econômica, a fim de organizar racionalmente sua estrutura e seu funcionamento. Enfim, interfere enquanto estreitamente ligada está aos sistemas de controle da administração , pois organiza e controla as relações de produção e de distribuição do produto numa sociedade cujo maior objetivo é satisfazer certos "ideais" humanos.
Infere-se dessa abordagem que a praxe, ou seja, a pragmática, o uso habitual, é a da economia contagiada por doutrinas ideológicas (hoje, a do consumismo, encoberta pela manto do neoliberalismo), que mais e mais distancia o conjunto de atividades que poderiam transformar o mundo, informando as causas e condicionando as estruturas sociais -a práxis marxista.(Marcus Moreira Machado)
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