Com o atual aprimoramento dos métodos e técnicas de ensinar, muitos educadores, deslumbrados com sua eficácia no processo de apredizagem, renunciam à tarefa propriamente educativa, limitando-se então a 'transmitir' as informações e conhecimentos técnicos usuais, aceitos ou, de certa forma, 'impostos'.
Ao se transformarem em 'mediadores tecnológicos' das informações que lhes foram comunicadas e das técnicas que lhes serviram de condução, esses educadores correm o grave risco de em breve tempo se tornarem absolutamente dispensáveis. Mais que isso, serão vistos como inutilidade que pode ser substituída por 'máquinas de ensinar', ou por 'monitores' especializados na "arte" de distribuição de conhecimentos programados, formatados, já elaborados numa 'matriz tecnológica' do saber. Todavia, o educador não pode esquecer que o seu compromisso é com a formação daqueles que, por seu turno, irão formar as gerações posteriores. E nesse sentido, os educandos possuem uma indispensável necessidade, a do 'contato vivo' com um educador apto a 'produzir' o que em tempo algum máquina qualquer conseguiria fazer, pois no relacionamento humano há tarefas que nunca poderão ser 'programadas'. Somente o educador pode (e deve) concatenar todas as informações fragmentárias recebidas ou 'impostas' dentro de um contexto sócio-cultural mais amplo; e, por conseguinte, mostrar as relações, as mediações, o momento da história, as condições sociais e psicológicas que explicam o aparecimento do saber, tanto quanto os métodos científicos que tornaram possível sua descoberta, e as incidências que decorrerão, destinadas às futuras pesquisas e à prática social.(Marcus Moreira Machado)
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