A sensibilidade ensina: negar a inocência é negar o homem mesmo. Culpá-lo é compactuar com a injustiça.
A pretensão de superar a própria humanidade está sempre presente nos que julgam. Ao decretar a culpa de uma pessoa, toma-se a imagem de uma vil divindade que, castigando, se julga portadora da verdade. E a verdade, sendo o Absoluto, não é atributo humano.
No ato de julgar, o que se vê é um violento 'sim' ao mundo da injustiça e da morte. Trata-se de conduta de quem é contra o ser humano. Afinal, a revolta sensível leva à história, porém, não exclui o mundo. A negação do indivíduo revoltado é proferida no mundo dos homens. É consumada no binômio da inteligência e da ação. A sua lucidez e racionalidade contrapõem-se ao irracional da condição em que se mantém. À injustiça fundamental de que é vítima, esse indivíduo irá contrapor a atividade apaixonada de justiça e amor. Exigência da sensibilidade, será norma da inteligência e da ação, imprimindo o sentido de luta, que reflete o sentido da vida. Combaterá o que pode ser mudado, lutará por qualquer ideal de felicidade que, mesmo distante, assemelhando-se a utopia, possa fazer justiça ao homem. O retorno ao mundo da felicidade indicará a medida da autenticidade de todos os seres humanos.(Marcus Moreira Machado)
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