Informação, hoje, existe em abundância. Mas, mesmo assim, com milhões de conteúdos à disposição e inúmeros cursos online acessíveis, as pessoas ainda não se sentem confortáveis ao falar de autodidatismo ou de se apresentarem como autodidatas.
A ideia vigente é a de que aprender sozinho é coisa de gênio, algo impossível para indivíduos "normais". Já foram mudados muitos paradigmas e pensamentos da sociedade, principalmente os envolvendo interação social e contato, porém, a maneira como pensar em aprendizado é a mesma.
Não é o caso de se defender a extinção dos professores, e sim de sugerir outro método de aprendizado.
Professores e escolas são importantes. Conhecimentos essenciais são melhor acessados através de vínculos com educadores expressivos.
O questionamento é outro: a maioria alimenta a falsa crença de não ser capaz de aprender fora de um ambiente escolar, demonstrando um bloqueio passível de ser revertido.
Existem áreas onde realmente há imprescindibilidade do estudo convencional, principalmente aquelas envolvendo domínios regulados por lei, como engenharia, medicina ou advocacia. No entanto, se ocorre interesse em espaços diferentes (o aprendizado de línguas, a propaganda e marketing, como exemplos), múltiplas são as oportunidades de aprendizado por conta própria.
Algumas das principais vantagens do autodidatismo são a de realização de estudos individuais, ao invés de soluções generalizadas (típicas em escolas e cursos); a possibilidade de personalizar o estudo às premências de cada um, além da liberdade de escolha sobre o que e quando estudar, se observada, obviamente, a constante disciplina pelo autodidata.
É cômodo ter alguém para culpar, caso o aprendizado não seja tão bom quanto o esperado, bastando se matricular e frequentar as aulas. Se elas não suprirem as necessidades do "aprendiz", ele reclamará da instituição, indo para outra escola, num ciclo absurdo. Todavia, quando o educando é o seu próprio professor, ele precisará assumir a responsabilidade de suas ações ou omissões.
Muitos não investem no autodidatismo por causa da inexistência de diplomas.
Atualmente, diplomas não mais cumprem os objetivos de outrora, servindo exclusivamente de “prova” formal e duvidosa acerca de um efetivo conhecimento. Não conquistar diplomas pelo aprendizado poderia ser um problema há três décadas; hoje, não mais.
Agora, é mais valorizado um autodidata capaz de realizar uma tarefa, e não alguém portando um pedaço de papel, entretanto, sem iniciativa alguma.
O autodidatismo obriga o sujeito a resultados reais.
Num curso, há a sensação de que o aprendizado está ocorrendo, independentemente disso ser ou não uma verdade. Afinal, o aluno está na sala de aula, no ambiente de ensino, e por isso supõe absorver o que é dito pelo professor, sem avaliar se pouco ou quase nada consegue captar.
O contrário confirma-se no autodidatismo, sob a restrita orientação do "educador". Pois, o auto-aprendiz, não dependendo de evidências alheias do que aprendeu ou deixou de aprender, manterá sua meta na diretriz dos resultados almejados. O seu compromisso, assim, é comprometer-se.
(Caos Markus)
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