No ‘projeto de dizer’ de um autor há alguns vazios a serem preenchidos pelo leitor. Não por acaso o primeiro deixa algumas informações ocultas: na maioria das vezes ele acredita que o segundo já detém tais conhecimentos, sendo desnecessário informá-los. Em outros casos o autor opta por colocar o texto-fonte e até fragmentos do texto construído anteriormente, ou para enfatizar a sua ideia, ou, nos casos dos tratados científicos, as citações diretas são usadas para fundamentar o trabalho, dando credibilidade ao escrito. Diante disso pode-se constatar: ocorre intertextualidade de conteúdo, por exemplo, entre textos científicos de uma mesma área do conhecimento, úteis como conceitos e expressões comuns, já definidos em outros textos daquela área ou corrente; entre matérias de jornais (da mídia em geral), no mesmo dia ou período de tempo quando o dado assunto é focalizado; entre textos literários de uma mesma escola ou de um mesmo gênero (por exemplo, as epopéias). Tem-se intertextualidade de forma/conteúdo, por exemplo, quando o autor de um texto imita ou parodia, tendo em vista efeitos específicos, estilos, registros ou variedades de língua, como é o caso de textos que reproduzem a linguagem bíblica, a de determinado escritor ou de um dado segmento da sociedade.
Para uma melhor compreensão sobre como se processa o fenômeno da intertextualidade é preciso estar atento a algumas terminologias utilizadas a fim de explicar como e porque o autor utilizou determinado intertexto, pois o código verbal na literatura tem uma extensão de formas e significação muito grande, de maneira a impedir o esgotamento da escrita em si mesma, e a ponto de ser plausível afirmar que a ninguém pertencem as palavras.
(Caos Markus)
(Caos Markus)
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