Nós temos instituições em excesso, sem que elas cumpram devidamente seus misteres; ao contrário, são formidáveis obstáculos à consecução do bem comum. Em várias delas o que se verifica é a prevalência de interesses de grupos minoritários, sempre em função diametralmente oposta à consideração de Jean Jacques Rousseau, em seu célebre "Du Contrato Social". Segundo o filósofo francês, para que haja "vontade geral" torna-se necessário que nenhum outro órgão coletivo se interponha entre o indivíduo e o Estado. E esta vontade se origina do que resta de comum no confronto de vontades individuais, não se devendo confundir a vontade geral com a vontade de todos, pois que a primeira visa o interesse comum, enquanto a segunda permanece no interesse privado, de cada um.
Importa, assim, para bem realizar o enunciado da vontade geral que não haja sociedades parciais no Estado, e que cada cidadão opine somente por si.
Uma vez compreendido como exercício da democracia o direito de opinião, faz-se imperioso elevar o nível moral de quem o exerce.
Mas, isso só será possível mediante eventual habilidade de estadista, a ser notabilizado pela argúcia na administração da coisa pública, e não pela astúcia, infelizmente entendida por nós brasileiros como "política".
A desumanização em que vivemos é fruto, também, da substituição da alma (psique) pela abstração de suas relações íntimas possíveis com a pessoa.
Democratizar, então, é humanizar. Seremos capazes disso?
(Caos Markus)
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