Duas importantes propostas inovadoras têm sido objeto de descrição e análise comparativa: a Metodologia da Problematização e a Aprendizagem Baseada em Problemas. As duas, desenvolvidas a partir de visões teóricas distintas, têm tantos aspectos comuns quanto pontos diferentes. Nas duas argumentações, o ensino e a aprendizagem ocorrem a partir de problemas. Na Metodologia da Problematização, enquanto alternativa de sistema de ensino, os problemas são extraídos da realidade, através da observação proporcionada aos próprios alunos. Na Aprendizagem Baseada em Problemas, entendida na qualidade de proposição curricular, os problemas são compostos por uma equipe de especialistas, em abrangência total dos conhecimentos curriculares essenciais. A percepção de suas características não permite confundi-las, mas, com certeza, tomá-las como alternativas norteadoras de um ensino arrojado, ultrapassando a abordagem tradicional. No afã de se disseminar tais práticas educativas, há um sem número de designações : 'técnica de ensino', 'método de ensino', 'metodologia', 'pedagogia', 'proposta pedagógica', 'proposta curricular', 'estratégia de ensino', 'currículo PBL', ou 'procedimento metodológico', por exemplo. Nota-se, ainda , o anúncio de uma destas sugestões com o nome da outra, considerando tratar-se do mesmo assunto, ou, também, a análise de que o exercitar uma das propostas é condição suficiente de preparo à adoção da outra.Tais constatações constituem extremo desafio a respostas irrefutáveis: a Problematização e a Aprendizagem Baseada em Problemas são diferentes 'termos' ou diferentes 'caminhos'? Predomina a tese da diversidade de rumos, sob arguições destacando os pontos de aproximação e os de distanciamento entre uma e outra. Compreende-se a necessidade desta comunicação, como vem sendo adotada em algumas escolas, não pretendendo ser conclusiva, porém, desafiadora, porque as duas proposições trabalham intencionalmente com problemas, visando, ambas, estruturar procedimentos de ensino e aprendizagem. Essa condição dá oportunidade a conclusões apressadas ou equivocadas por quem ainda possua poucas informações sobre as duas, suscitando, assim, superficialidade nas defesas e nos esclarecimentos por profissionais de Educação. Dentro desta perspectiva, as duas propostas assumem dimensões distintas, pois, a primeira é uma opção do professor e a segunda é uma escolha de todo um corpo docente, administrativo e acadêmico, já que as conseqüências afetam a todos, ao longo do curso. Como decorrência da opção feita pela Aprendizagem Baseada em Problemas, definem-se porções de conteúdos, tratados, então, de modo integrado. São estabelecidas formas de agir para ensinar, para aprender, administrar, apoiar, organizar materiais, dentre outras. Há necessidade de providências quanto à biblioteca (devendo ser suficientemente equipada e espaçosa, com horários definidos); e organização de laboratórios, destinados às atividades opcionais; distribuição de temas, correlacionando-os a tempo previamente estabelecido. Enfim, delimitam-se novos papéis e correspondentes desempenhos por todos os integrantes. Esses atributos são bastante distintos dos moldes tradicionais de ensinar e aprender, diferenciando-se ainda da organização curricular à qual a maioria quase absoluta das escolas estão mal habituadas. Afinal, haja vista, propugna-se o conceito de problema-solução como binômio indissociável.
(Caos Markus)
(Caos Markus)
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