A educação, ao cumprir seu papel de formar um cidadão crítico, possibilitando-lhe influenciar o meio em que vive, dando continuidade ao coerente, mas rompendo com o inconveniente à sua realidade, problematiza as especificidades, de maneira a trabalhar as contradições sociais, em esforço dirigido a meta definida: tornar a escola o local onde as camadas populares aumentam o seu saber e, de posse dele, se organizem socialmente para reivindicar o seu direito à Educação.
Desconsiderando o trabalho como higidez mental, contrapondo-se também às escolas profissionalizantes (restritas à formação de mão de obra qualificada, limitando a produção somente à aquisição de técnicas), projeta então -como objetivo do trabalho- nova diretriz: constituir-se numa atividade essencial para a formação do homem, podendo assim transformar a si e a natureza a partir do entendimento do processo como um todo.
Deseja-se a compreensão do processo intelectual tanto quanto do processo manual, propugnando a Educação dada ao povo como determinante da transmissão dos saberes necessários à formação da consciência crítica das práticas sociais; e através destas, permitindo a construção do mundo, com igualdade e respeito.
A concepção progressista recusa a ideia de ser a escola a solução dos problemas sociais, por considerá-la, ela mesma, um desses problemas. Não atribui à escola características e objetivos próprios à Educação, motivo pelo qual o professor deve ser consciente de seu papel como peça fundamental na engrenagem social. Sua posição frente aos problemas reais dos alunos direcionará seus conteúdos à formação da consciência crítica indispensável a fim de despertar a importância de sua participação política na sociedade, exigindo a atuação efetiva dos órgãos públicos no cumprimento das obrigações do Estado.
É esse, afinal, o fim da Educação: proporcionar meios de intervenção nas instituições do Poder estabelecido, identificando a 'Escola" enquanto 'problema social', jamais reconhecendo-a como pressuposto na solução das contradições geradas pelo próprio Estado, pelo efeito da sua reprodução ideológica.
(Caos Markus)
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