REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quinta-feira, 14 de março de 2013
TERÇA-FEIRA, 19 DE MARÇO DE 2013: " EDUCANDO X ALUNO"
A instituição escolar, sofrendo profundas alterações, aparenta ser hoje apenas um espaço onde seus mais numerosos frequentadores, os alunos, detêm diversificada gama de informações e assumem papéis não raro superando o conhecimento e competências funcionais do professor. São saberes em rejeição ao aprendizado institucional, levando os discentes à recusa do exercício clássico de pedagogia, criador de situações muitas vezes já desprovidas de sentido.
Esta nova geração da era digital caracteriza-se por um novo modo de aprender e de pensar, e por novas competências que a escola tradicional tarda em compreender e admitir como concreta realidade, marcada por mutações sociais num ritmo vertiginoso, de referências espaço-temporais cada vez menos delimitadas.E, sobretudo, provida de quantidade infinita de informação.
O conceito de educação, no contexto da sociedade da informação, deve evoluir ultrapassando as fronteiras do espaço e do tempo ao longo do qual o educando faz o seu percurso de escolarização, passando por diferentes níveis de ensino do sistema educacional, para dar lugar a um processo de aprendizagem durante toda a vida, isto é, facultando a cada indivíduo a capacidade de saber conduzir o seu destino, num mundo onde a rapidez das mudanças se conjuga com o fenómeno da globalização.
Ao se falar de Sociedade de Informação, faz-se referência a um imenso potencial tecnológico – Internet, videoconferência, redes telemáticas, televisão interactiva, bases de dados, ensino à distância, realidade virtual, telecomunicações, robotização –, de mutações sociais que ocorrem a um ritmo vertiginoso, de referenciais espácio-temporais cada vez menos delimitados e, sobretudo de informação, uma quantidade infinita de informação.
Atualmente, o conhecimento e o desenvolvimento de novas capacidades e competências passam pela capacidade de aceder às fontes de informação e, sobretudo, pela capacidade de seleccionar, criticar, manipular, analisar e sintetizar os dados da informação. A escola deixou de ser o principal veículo de transmissão de novos conhecimentos. A Sociedade de Informação em que vivemos influencia as novas gerações de alunos que aliam os conhecimentos transmitidos na escola aos veiculados pelas novas tecnologias.
Pode-se delinear os objetivos educacionais em torno de quatro aprendizagens fundamentais:
1) aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos de compreensão, combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias, o que também significa, aprender a aprender, para beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida;
2) aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente, a fim de adquirir não somente uma qualificação profissional mas também competências que tornem a pessoa apta a enfrentar as mais diversas situações e a trabalhar em equipe;
3) aprender a viver em comum, a fim de participar e cooperar com os outros, no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz;
4) aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes e que permite a cada um um desenvolver melhor a sua personalidade, ganhar capacidade e autonomia, discernimento e responsabilidade.
A defasagem ainda existente entre a educação formal e as mudanças tecnológicas no mundo ao nosso redor é facilmente detectável por uma observação atenta ao que se passa nas nossas escolas. Não apenas no uso das tecnologias e das suas potencialidades de comunicação, mas também em termos dos conteúdos tratados e das formas de acesso à informação e ao conhecimento.
Com recursos novos e tão poderosos, como é o caso do computador, que em si mesmo poderiam constituir uma causa de mudança substancial na forma de aprender, é de se estranharo a escola dar continuidade continuar ao mesmo tipo de trabalho já realizado antes desse recurso existir, almejando a mesma modalidade de objetivos, sem a mínima evolução a partir desse ponto.
Esta nova dinâmica obriga o indivíduo a estar apto a acompanhá-la. As novas aquisições do saber obrigam-no a questionar o conhecimento de que é detentor e a tornar-se capaz de integrar um saber num 'saber fazer'.
Os professores têm um papel determinante na formação de atitudes, positivas e negativas, face o processo de ensino e de aprendizagem. Como informação não é conhecimento, o aluno continua a necessitar da orientação de alguém que já trabalhou ou tem condições para trabalhar essa informação.
Os professores devem então ensinar os alunos a avaliar e a gerir na prática a informação que lhes chega. Este processo revela-se muito mais próximo da vida real do que os métodos tradicionais de transmissão do saber. Começam a surgir na sala de aula novos tipos de relacionamento.
O desenvolvimento das novas tecnologias não diminui em nada o papel dos professores, antes o modifica radicalmente, constituindo oportunidade a ser plenamente aproveitada.
Certamente, o professor já não pode limitar-se a ser agente difusor de saber. A sua competência funcional o conduz, com efeito,à parceria no saber coletivo, o qual a ele é atribuída a organização. E nessa função organizacional o professor reiniciará o estágio de há muito relegado ao esquecimento no ensino tradicional. Será um professor que professa, mas numa dimensão onde terá de se defrontar com o educando em contraposição ao aluno.
(Caos Markus)
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