Todos nós já nos encontramos com as mesmas coisas, as que nos interessam 'aqui' e 'agora', isto é, com a angústia vital, os sentimentos de culpa e com a libertação possível.
Assim, existimos sempre e fundamentalmente como seres humanos, nessa ou naquela relação com alguma coisa que encontramos: com uma planta, com um animal ou com o próximo.
Somos a relação compreensiva na qual o que nós encontramos pode aparecer como aquilo que originalmente é; relação em que a coisa encontrada pode revelar-se e mostrar-se nas suas conexões significativas.
Não por outro motivo, ainda hoje, tudo que é perceptível é chamado de 'fenômeno', que significa tão-somente "aquilo que se mostra".
Onde algo pode revelar-se e pode se fazer compreender, é preciso, contudo, desde o início, que haja 'luz', uma 'claridade' dentro da qual seja possível acontecer um semelhante 'revelar', 'aparecer' e 'poder-ser'.
É por esta razão que a nossa experiência mais original e concreta nos permite entender que a 'condição básica' do ser humano afigura-se a uma 'clareira', da qual os fenômenos do nosso mundo necessitam para poder aparecer e 'ser dentro dela'.
De acordo com a nossa imediata percepção, o ser humano se mostra como sendo aquele ser do qual o mundo precisa: como o ambiente de claridade indispensável para 'poder-aparecer', para 'poder-ser'.
É esse 'deixar-se necessitar', e nada mais, que o ser humano "deve" àquilo que 'É' e que 'há de ser'.
Os nossos sentimento de culpa baseiam-se então no 'ficar a dever'.
O 'ficar a dever' que é a 'culpabilidade existencial do ser humano'!
Não há, por efeito, nenhum fenômeno da consciência humana que não deva e não possa ser entendido como um chamado e uma advertência para cumprir a missão humana de guardião de tudo aquilo que tem de 'aparecer', que precis a 'ser', e que 'quer se desdobrar', pela 'consciência guardiã', na luz de uma determinada existência humana.
(Caos Markus)
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