Proposição suscitada do mito do 'eterno retorno' cíclico é o tempo: o quê agora ocorre já houve antes, ensejando outros futuros acontecimentos da mesma natureza. É repetição que reflete a eternidade temporal cósmica.
A vida no mundo, mutante, é regida por modelos estáveis, divinizados, ou através de energias arquétipicas.
No tempo secular, movimenta-se adiante, quase sempre alheia aos padrões míticos que ela mesma repete, sem que deles possa escapar.Na compreensão do novo é imprescindível voltar ao antigo, porque o recente é o ressurgir do remoto.Duas modalidades de tempo, conforme os mitos que o encerram, contrastam entre si.
Assim, o secular e o sagrado; o racional e o místico; o que para a frente avança e o circunscrito à circularidade.Nessas circunstâncias, a direção do corpo é uma linha reta, enquanto a alma circula em direção de si mesma, num movimento de concentração da consciência em si própria; da intelectualidade, do viver a vida; tudo nela inserido, nada em lugar algum fora dela.
Por efeito desses variados movimentos, a projeção do corpo para a frente é limitada pela alma. Em meio ao ofício de viver, nos tênues momentos de indecisão é que a alma se faz presente com o seu poder de restringir.
É vida que segue.
(Caos Markus)
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