Faz-se imperioso um silêncio sepulcral: é chegada a hora de não mais enxergar o inimigo, para que ele então deixe de ser sujeito no enredo que criamos à nossa própria vida.
Toda e qualquer palavra tem existido em função do outro, jamais ao seu autor. E se o brado não servir a quem o clamor articula, não deverá prestar a mais nada, senão a perene duelo de frágeis atos, débeis gestos.
Antagonismo maior que o das diferenças imagináveis é o da dualidade inexplorada na afronta de indivíduos tão absolutamente incapazes à admissão de si mesmos.
Calados, exímios artífices, apenas ouvimos o eco ensurdecedor da súplica, ocultada por nossas próprias dissimulações.
Não direi frase nova; não entoarei moderno hino à liberdade; não darei mil vidas das vidas que não tenho.
Antes, convencerei a mim, e a ninguém mais, da impossibilidade de mudança sem revogação. E para isso, de mim eu quero ouvir a minha voz. Da voz alheia pretendo desistir em favor de quem igualmente precisa dar ouvidos às suas particulares palavras.
Sem grito de esperança. Sem esperança.
Sem busca que não encontra porque foge do ponto de partida.
(Caos Markus)
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