O segredo da constituição do ser humano é o mesmo propagado em toda a Filosofia, quais sejam, o teorema da 'unidade' e da 'pluralidade'. Equivale a dizer: o homem é 'uno', mas há 'dualidade' nele, sistema cuja interpretação entende co-existentes 'alma' (psique) e 'matéria', 'corpo'; duas substâncias em complexa agregação, isto é, a constatação da espiritualidade e a confirmação da materialidade.
Antagonismos suscitam terorias a respeito: os materialistas negando outra dimensão a cada um e a todos nós; e os idealistas professando limitação ao nível espiritual. Contudo, surgem os defensores da pré-existência das duas substâncias, conjugadas para a manutenção da 'unidade'.
É forçoso reconhecer, nenhuma dessas "teses" é capaz de satisfazer integralmente o nosso intelecto, sempre ocupado em compreender, na singularidade deste 'ser', a relação entre 'matéria' e 'espírito'.
É este então o pretenso mistério!?
Ora, também há na Natureza outros tantos 'fenômenos', sugestivos, sim, de paradoxos. A gravitação, a eletricidade, se ignorado o seu conhecimento, restarão confinadas no campos do inexplicável.
Na compreensão da natureza humana, na interpretação desse sistema, está o entendimento da distinção entre 'substância' e 'acidente', entre 'matéria' e 'forma', termos com acepções traduzidas em significâncias filosóficas.
Assim, 'substância' é o que existe "per si", não dependente de outra realidade ou concretude, isto é, subsiste em si mesma. Já 'acidente', carece de outro para a sua própria concreção.
Tal qual, 'cor', 'tamanho', ou 'configuração', são acidentes de substâncias materiais; o homem é substância, enquanto os seus atos são acidentes. Estes vêm e vão, conforme diferentes situações e condições.
O ser humano, entretanto. permanece, remanesce: a sua unidade essencial perpassa na atemporalidade da sua própria criação.
(Caos Markus)
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