A liberdade parece tanto mais salvaguardada quanto os nossos objetivos jamais se apresentam definitivamente determinados. Ao passo em que perduram as nossas vidas, damos continuidade à seleção desses fins, considerada a liberdade enquanto essência do próprio existir. No momento de qualquer escolha individual, podemos reexaminar a opção anteriormente adotada. Por efeito, toda decisão tomada consoante esta preferência, confirma-se, é uma renovação desta faculdade, a de escolher. Assim, temos o direito de julgar os nossos atos voluntários na condição de atitudes livres, pois, ao decidí-los, também decidimos sobre as finalidades que os explicam.
Eis, contudo, a pergunta: quais os critérios utilizados quando selecionamos tais fins?
Assim, para optar entre a honra e o prazer, entre o interesse pessoal e o dos outros, impõe-se por necessário um princípio de discernimento. Todavia, a verdade deste princípio, segundo o senso comum, não é livremente reafirmada. Então, a base, o esteio, o alicerce; ou, a estrutura exclusiva na determinação das nossas decisões só pode ser uma: a consciência que possuímos de nós próprios, mesmo ante o impasse da sua mais variada gradação.
Uma consciência em tese é sempre forjada pelo interesse alheio. Moldada ao gosto do senso comum, é avessa ao conhecimento, e por isso incompativel com a 'consciência que somos'.
(Caos Markus)
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