A história política da humanidade é rica em exemplos de redes de informações e suas influências nos complexos do poder. Os persas dominaram o mundo Como consequência de uma extensa e bem planejada rede de estradas,os persas dominaram o mundo, poreza possível através da rápida circulação de mensageiros entre as várias províncias, as satrapias, e o governo central do império. Na Grécia, a democracia já se iniciara quando o cursus publicus, correio imperial Romano, usava extensa e bem planejada rede de estradas pavimentadas, além de rotas marítimas, meios a viabilizar célere circulação das informações e ordens do império entre as terras conquistadas, permitindo ao governo tomar decisões e reagir rapidamente a qualquer problema Na idade média a informação era considerada de tal importância que ficava encerrada em mosteiros, acessada somente por poucos privilegiados. Nas sociedades feudais o homem, ainda preso à terra e com incipiente organização social, pouco participava dos processos decisórios. O poder divino dos reis e senhores feudais era absoluto e praticamente incontestável, e não era atribuído aos homens comuns quase poder suficiente para interferir e decidir sobre os rumos de sua sociedade.
A Imprensa, tem papel fundamental (a partir do século XVII, com a nascente burguesia) no processo de organização e luta contra os regimes monárquicos. Atingindo um maior número de pessoas, os burgueses, com seus textos, passam a denunciar os abusos dos monarcas, conquistando para si o indispensável apoio das demais camadas da sociedade que, aliadas, lutarão pelas bases da sociedade moderna, propugnando pela igualdade de direitos e deveres entre todos os homens.
A Imprensa, que se ocupou de fazer circular dentro da sociedade notícias e informação de interesse dessa sociedade, passa a ter um papel fundamental na afirmação do poder burguês e no advento do capitalismo.
O presidente norte-americano Thomas Jefferson chegou a declarar que entre um estado de normalidade com imprensa controlada e um estado anárquico com imprensa livre ele optaria sempre pela imprensa livre.
O Capitalismo, consolidado, gera concentrações urbanas ao redor das fábricas e demais estruturas de produção, e o estado-nação assume o papel de regulador das relações sociais através de estruturas administrativo-burocráticas, intermediando e controlando os fluxos e processos sociais nas várias instâncias. Desenvolvem-se, então, outros meios de comunicação, todos eles igualmente estruturadores dos processos sociais.
Suposto paradoxo, todavia, ao atingirem uma ampla cobertura geográfica, os espaços da mídia instalam um processo de integração entre atores e campos sociais, alcançando até mesmo negociação de demandas. E a sociedade passa a dividir uma relação temporalmente homogeneizada pelos conteúdos, processos e agendamentos midiáticos, mas absolutamente fragmentada, vez que não conta com unidade de espaço ou local. Uma nova Babel, "sui generis" se instala, já que, num só "idioma", múltiplas são as "interpretações", não raro monopolizadas a serviço da supressão dos antagonismos, dirigidas, com efeito, a pretensa homogeneidade (padronização) da opinião pública. Afinal, 'pública', e não 'pessoal', é a opinião desejada pelos que detem o poder.
(Marcus Moreira Machado)
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