Hoje, como ontem, paga-se com o martírio a caridade. Hoje, como ontem, não se pode negar a dificuldade que os povos deste continente têm em se reerguer da regressão sofrida para um dia alcançar integração histórica e uma "intensidade de vida coletiva". Hoje, como ontem, estamos restritos a um período inferior ao que se interpõe entre o selvagem e o homem culto.
É Varnhagen quem critica "… Se era invejável o estado de atraso social em que viviam…,, que com a nossa pseudo-filantropia, consentimos cruelmente que continuem devorando-se uns aos outros…, decida-o o próprio leitor com a mão na consciência em presença da pintura fiel do estado em que eles se encontram".
O notável historiador, se não mencionado os índios tupis a quem se referia, causa a impressão de comentar a nossa mais recente atualidade, onde a comparação entre a vida civilizada e a lastimável miséria em que vive a maioria dos povos latino-americanos é gritante, segregados na periferia do progresso.
Entre nós a sociedade política parece não ter sido instituída ainda. Somos, invariavelmente, mais convidados ao tratamento "geriátrico" das doutrinas sócio-econômicas do que conclamados à revitalização a realizar-se pelo "jogo democrático".(Marcus Moreira Machado)
Hoje, como ontem, somos devotos da 'antropofagia' política, todos aspirantes ao "canibalismo" impiedoso da liberdade alheia, simulacro de déspotas esclarecidos!
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