Para Huxley, vivemos hoje naquela que por ele é chamada "fase psicossocial", baseada num sistema de transmissão de experiência e cultura cumulativa que se reproduz e se modifica por si mesmo. Dessa forma, como um "prolongamento da evolução biológica" há que se considerar a própria evolução cultural. Assim, pois, é o homem impelido pela idéia que ele mesmo forma sobre o seu futuro. A impressão de que a evolução da vida era dirigida do exterior é agora substituída pelo surgimento da consciência criadora no espírito humano. E, é por meio da própria reflexão humana que deve prosseguir a evolução de nosso mundo.
Se de uma lado os físicos aceitam que a matéria não é mais que energia mecânica concentrada, podemos concordar com Chardin sobre a responsável pela nossa condução ao infinito ordenado, ou seja, uma forma nova de energia, a "energia-pensamento". Com efeito, uma ciência intermediária entre a lógica e a psicologia concentra os seus esforços nos estudos da vida psíquica e seus conteúdos. Por derivação da Noologia, entende-se que a esfera do pensamento é constituída por energia, a formar a "Noosfera".
Cabendo a Hartmann o método de distinguir o inconsciente na vida corporal e o inconsciente no espírito humano, há segundo a sua filosofia, um psiquismo do organismo que é o inconsciente; e, por isso, "temos que convir na intervenção inteligente de uma vontade inteligente, resumindo 'uma providência individual em cada um de nós, na origem dos próprios fisiológicos'. Consequentemente, "a vida consciente inteira está sob a influência dominadora do psiquismo inconsciente". O que certamente explica aquilo a que chamamos "intuição" como a solução adequada e verdadeira sugerida pelo inconsciente, depois "racionalizada" pela consciência, posteriormente ao nosso julgamento pré-elaborado.
Em última análise, no desenvolvimento da consciência universal a primeira impressão que se tem é de que a evolução está subordinada à forças exteriores, não reservando-se à criação qualquer possibilidade de intervir, pelos próprios atos, em seu futuro, Porém, entendendo-se por "reflexo" aquilo ou "aquele" que se verifica como "indireto", teremos no cérebro humano a percepção do que lhe é próprio e de tudo que lhe ascende. E justamente nesse aspecto é ser humano singular. Uma vez entendida a reflexão como secundária manifestação da consciência criadora, a humanidade necessariamente será compreendida como a "imagem" de "Deus", a sua força criadora. (Marcus Moreira Machado)
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