Os estudiosos da Lógica, ciência do raciocínio, costumam classificar em quatro modalidades a "ignorância". Assim, 'ignorância vencível' e 'ignorância invencível' distinguem-se uma da outra pela dependência e não dependência do nosso esclarecimento. Já a 'ignorância culpável' difere da 'ignorância escusável' pelo nosso dever em esclarecê-la, no primeiro caso, não sendo, em absoluto ,nosso dever esclarecê-la, no segundo caso.
Num país como o Brasil, sempre marcado pela 'dúvida', convém lembrar que essa ultima também é objeto de estudo daquela ciência, a Lógica. Define-a, pois, em 'dúvida metódica', considerando-a como estado de espírito permanente, em face da investigação, como elemento para atingir a verdade; e observa-a como 'dúvida universal', no estado permanente do espírito com referência à certeza, como se verifica nos 'céticos'.
É agora de se perguntar: qual a nossa major dúvida enquanto americanos de sub país tropical? E de que 'ignorância' padecemos?
Por aqui alguns poucos monopolizaram a 'certeza' de tal forma a se sentirem autorizados ao muito incerto dever de esclarecer uma duvidosa 'ígnorância'. Outros tantos - ignorantes invencíveis na sua grande maioria -, não se submetem a qualquer dependência de esclarecimento. Uns e outros têm em comum a capacidade de subverter o verdadeiro conceito de 'opinião' que, segundo ainda a Lógica, deve ser um estado de espírito consistente em pronunciar um juízo que envolve uma dúvida, dependendo diretamente da -probabilidade das razões afirmativas.
Confundindo a Crítica judiciosa, que para Alberto Guerra "é um elemento indispensável à elevação do nível intelectivo e moral", com a gratuita 'opinião' baseada muito mais em meras -possibilidades, a vaidade e o amor próprio dos espíritos tacanhos têm entre nós conduzido e reduzido a 'verdade', menosprezando não apenas a 'causa lógica' como também refutando as 'causas morais' do 'erro'. Julgando verdadeiro o falso ou reputando falsidade à verdade, num estado de espírito não apenas circunscrito à ausência de conhecimento, mas também limitado pelo 'erro' característico da negação da própria verdade "idealistas" empolgam-se com o pensamento como causa e fim do conhecimento, esquecendo-se, porém, da 'experiência' como aproximação da 'realidade'. (Marcus Moreira Machado)
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