Entendem os socialistas que estão incumbidos de pensar e de agir por toda uma gente ligeira, doidivana, destituída de uma gota sequer de responsabilidade. Acreditam que se não refletirem e deliberarem por ela, o que ela irá pensar e agir senão imbecilidades e tolices, capazes de a conduzirem à perdição irremediável? Têm um mandato especial da parte da Providência, querem crer os socialistas, e, por essa razão, não há outra coisa mais inteligente a fazer do que amordaçar as liberdades pueris, inimigas naturais do bem público, com a certeza de que são infalíveis e o orgulho real de sua onipotência. O respeito escrupuloso das liberdades individuais impedem o homem de governo de pensar socialmente, assevera a esquerda; logo, suprimi-las é uma medida inteligente para evitar a anarquia e realizar a unidade moral e intelectual necessária para imprimir uma direção única e uma única vontade ao Estado. Não pensar, pois, no indivíduo, por ser ele o mais temível inimigo da felicidade coletiva; suprimi-lo, é o melhor para ele.
A forma de governo presumida do cezarismo é a destruição de toda a liberdade individual, e, nesse ponto, ninguém é mais anti-liberal, nem age como agente corrosivo da liberdade do que os socialistas. Qualquer experiência, seja no terreno político, social ou científico, tem que ser tomada pelos seus resultados. Após décadas de frustrada experiência socialista no Leste Europeu, será lícito perguntar se o povo brasileiro amaria a sua terra fora do ambiente de liberdade em que foi criado.
A resposta será negativa. O profundo horror que sacode a nação diante de regimes de exceção mostra que não será no sacrifício do socialismo o encontro da chave do interesse do nosso cidadão pelo Estado. Um governo de esquerda é, neste sentido, um governo anti-nacional: ele faz de seus concidadãos estrangeiros dentro da pátria; inimigos do Estado, pois que o Estado se torna o agente precípuo da opressão, da tirania, exercida por indivíduos que, se algumas vezes agem no interesse coletivo, muitas vezes também servem a interesses de camarilhas vorazes.
O socialismo é ridículo, quando se bate pelo direito das minorias, pois, achando-se o direito das minorais baseado nos direitos do homem, e o socialismo sendo um vilipendiador desses direitos, que são os germes ativos, fecundos e estimuladores do progresso social, não há como possa ele conciliar dentro de um mesmo boné os direitos do homem e o seu fetichismo pelos direitos imprescritíveis, sagrados, inalienáveis do Estado. Um espírito lógico não deixará de sentir a contradição entre o respeito dos direitos do homem e toda a estrutura política do socialismo. O Estado, para o socialismo, não é o que ele é para muitos, um mal necessário, uma muralha, que o instinto de conservação social levantou para se defender do excesso de agressividade, de combatividade animal do homem, um distribuidor de justiça, de polícia, mas um tutor suntuoso, magnífico, impertinente, paternal, cheio de zelo, com olhos bem grandes, arregalados, para examinar tudo o que fazemos e o que não fazemos. (Marcus Moreira Machado)
Um comentário:
De fato, o Estado socialista é um pai castrador e exigente, que menospreza a inteligência e a capacidade dos filhos. E ainda se vangloria de lhes dar um educação exemplar. Os outros modelos de Estado, mais liberais, são pais que ensinam os riscos aos filhos e após, os deixa arriscar...
Abraços,
Cristiano (A vida é ávida)
www.ricardinhocristiano.blogspot.com
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